Tecnologia chinesa. Foto: Divulgação

A corrida tecnológica entre Estados Unidos e China pela supremacia em inteligência artificial (IA) tem ganhado novos contornos, especialmente após a ascensão da startup chinesa DeepSeek, que desafia gigantes americanas com soluções avançadas e acessíveis. Especialistas apontam que o futuro dessa disputa pode resultar em uma liderança compartilhada, com cada nação dominando áreas específicas.

Fundada em 2023, a DeepSeek rapidamente se tornou um nome de destaque no setor ao desenvolver modelos de IA poderosos a custos significativamente menores que os concorrentes americanos. Seus dois principais modelos, o DeepSeek-V3 e o recém-lançado DeepSeek-R1, rivalizam diretamente com soluções da OpenAI, como o GPT-4.

O DeepSeek-V3, por exemplo, alcançou desempenho comparável ao GPT-4 utilizando chips Nvidia menos avançados e com um orçamento de apenas US$ 5,6 milhões. Já o DeepSeek-R1 foi projetado para tarefas complexas, como problemas matemáticos e programação, desafiando o modelo o1 da OpenAI.

“A DeepSeek redefiniu o que está acontecendo com a IA. Eles demonstraram que é possível desenvolver tecnologias de ponta com menos recursos, provando que há duas potências na área de IA hoje”, explica Anderson da Silva Soares, pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG).

DeepSeek. Foto: Divulgação

A estratégia da DeepSeek de disponibilizar modelos de IA abertos e acessíveis tem o potencial de democratizar o uso da tecnologia. Segundo Fábio Cozman, diretor do Centro de Inteligência Artificial da USP, isso pode beneficiar países em desenvolvimento, como o Brasil: “Os modelos da DeepSeek demonstram que é possível inovar em IA sem investimentos massivos. Isso abre portas para países que ainda estão tentando se estabelecer no setor.”

O avanço da China na IA já havia despertado atenção em Washington antes mesmo do surgimento da DeepSeek. O governo chinês tem como meta liderar a indústria global de inteligência artificial até 2030, enquanto os EUA mantêm foco na pesquisa básica e em inovações disruptivas.

Para a DeepSeek, a competição não é necessariamente uma corrida com um único vencedor. Em resposta ao questionamento sobre a liderança futura, o robô da startup afirmou: “Pequim poderá ser líder em aplicações práticas e em escala, enquanto os EUA continuarão pioneiros em pesquisa básica e inovação disruptiva.”

Embora o potencial da DeepSeek seja promissor, especialistas destacam a necessidade de revisões independentes para validar os números apresentados pela startup. Wagner Meira Júnior, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma: “Se os dados forem confirmados, estamos diante de uma disputa tecnológica que promete ser intensa e de longo prazo.”

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Last Update: 26/01/2025