Pela segunda vez, estudantes se depararam com pichações racistas e xenofóbicas contra árabes em um banheiro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Hora de limpar RI! PUC não é pra árabe. A PUC é nossa. A reitoria é nossa” são as palavras grafadas na parede.

Em meio ao genocídio em Gaza, têm se intensificado os ataques e perseguições a árabes e palestinos, inclusive dentro da PUC-SP. Exemplo foi a perseguição ao Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais e aos professores Reginaldo Nasser e Bruno Hubermann, este último de origem judaica.

As acusações de antissemitismo contra ambos se revelaram infundadas e culminaram na adoção pela PUC-SP da definição controversa e sem base legal da chamada Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), que equipara erroneamente a crítica ao Estado de Israel a antissemitismo.

A Fundação São Paulo (Fundasp), diferentemente da atenção dada a esse caso, negligenciou as manifestações racistas contra árabes anteriormente. Em outras pichações ao início do semestre letivo, a única providência de fato foi pintar o banheiro, sem a preocupação de buscar os responsáveis e, assim, garantir que não se repitam tais atos, o que ameaça a segurança de alunos de origem árabe.

As mensagens racistas da vez se dão num contexto de retomada dos bombardeios indiscriminados à faixa de Gaza, que já mataram, em apenas 24 horas, cerca de 430 palestinos, a maioria mulheres e crianças.

A pichação no banheiro da PUC-SP reflete um sentimento de impunidade, uma vez que, além de em casos anteriores, não ter havido responsabilização e punição, para mencionar apenas episódio recente, na última semana, um grupo de turistas israelenses em Florianópolis (SC) brindou livremente em visita ao Brasil a que todos os árabes sejam mortos.

O Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.

Racismo é crime no Brasil, imprescritível e inafiançável, conforme estabelece o art. 20 da Lei 7.716/1989, um crime gravíssimo que só torna urgente a necessidade de a reitoria da PUC-SP, no caso, agir imediatamente, investigando a autoria e garantindo que a lei seja cumprida.

Universidades são espaços de formação, debates e livre pensamento, em que não cabe nenhuma forma de discriminação racial e xenofobia.

A PUC-SP não pode ser conivente com ameaças, perseguições e tentativas de intimidação para silenciar vozes críticas ao Estado de Israel – contexto em que se realizam os mais recentes ataques a árabes.

Defender a Palestina não é crime! Crime é genocídio, limpeza étnica, apartheid e racismo.

Leia também!

Ecoar a resposta palestina a Trump e ocupar as ruas

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 19/03/2025