SP: Lutar contra o extremismo político com autonomia social

As recentes pesquisas eleitorais em São Paulo revelaram um rápido crescimento do treinador Pablo Marçal, que se mostrou ser um representante mais agressivo da extrema direita.

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Marçal são parte de um mesmo projeto reacionário para São Paulo. Não é à toa que o vice de Nunes, indicado por Bolsonaro, é um ex-capitão da Rota cuja marca é defender uma abordagem distinta, mais agressiva, na periferia do que nos bairros dos ricos. Como prefeito, é braço direito de Tarcísio na privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), bem como fez com as creches conveniadas e as OS’s (Organizações Sociais).

Já Marçal se apresenta como uma alternativa antissistema, apesar de se relacionar muito bem com o mesmo, como mostram os seus financiamentos e a sua impunidade perante os crimes que já cometeu. Ideologicamente, Marçal defende uma pauta ultraliberal, que leva à completa destruição dos serviços públicos. Também vende a ideia de que todos podem prosperar no capitalismo, basta empreender, mas evidentemente não conta que, para prosperar, ele mesmo teve de se relacionar com o crime e por isso foi condenado. Junto com Marçal vem toda a campanha de ódio contra as mulheres, LGBTIs e negros. 

Ainda que não seja o representante oficial do Bolsonaro em São Paulo, não temos dúvida: Marçal representa um projeto reacionário e, assim como Nunes, deve ser combatido. E a nossa candidatura estará ao serviço disso.

Perante esse novo cenário, Guilherme Boulos (PSOL) fez um chamado de campanha para o ato “São Paulo pela democracia e sem bolsonarismo”. Nós achamos que São Paulo tem de lutar contra o bolsonarismo e seus ataques às liberdades democráticas, mas não vemos na candidatura de Boulos o caminho para isso. Para ser consequente com essa luta, é preciso um programa de defesa da classe trabalhadora, de ruptura com a burguesia, já que a extrema direita é expressão de um programa burguês. E a candidatura de Boulos não se propõe a romper o poder da burguesia e rebaixa o programa para conciliar com ela. 

A tática de Boulos busca colocá-lo como mais viável eleitoralmente diante do bolsonarismo, por isso acirra ainda mais a polarização. Porém despreza que a extrema direita não é um fenômeno apenas eleitoral, mas social, porque tem apoio de um amplo setor do povo trabalhador desiludido – com razão – com os governos petistas.

Boulos (PSOL e PT), para além de ser o representante do Governo Federal nas eleições em São Paulo, também vem se aliando a setores do próprio bolsonarismo como o senador Giordano e a própria Marta, que até alguns meses atrás era da gestão de Nunes. Convidou um comandante da Rota para construir as suas propostas para segurança pública, que passa inclusive por dobrar o efetivo da GCM aumentando ainda mais a repressão à juventude pobre da periferia.

Nessas eleições apresentamos a candidatura de Altino à prefeitura de São Paulo, porque acreditamos que combater a extrema direita passa por defender propostas radicais e anticapitalistas à esquerda, defender uma alternativa revolucionária e socialista, o que só é possível enfrentando os grandes bilionários de São Paulo e não se sentando com eles. Essa é a única forma de acabar com a miséria do povo, com a barbárie capitalista contra os mais pobres e oprimidos, com a destruição ambiental.

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