| por Quilombo das Rosas
Dezenas de pessoas compareceram ao espaço político-cultural Quilombo das Rosas, localizado no bairro Vila Guilhermina, Zona Leste de São Paulo, no dia 22/02, para debater sobre a possibilidade do Socialismo. O evento, que contou com a participação do Gustavo Machado, do canal Orientação Marxista, foi organizado pela militância do PSTU e recebeu trabalhadoras e trabalhadores de toda a região.
A atividade reuniu mais de 100 participantes presenciais e mais de 50 pessoas on-line, de mais de cinco estados do Brasil. O debate e o programa inspirado no Socialismo seguem mobilizando gerações ao propor uma sociedade mais justa, onde os recursos sejam distribuídos de forma igualitária visando o bem-estar coletivo e não o lucro individual privado como é no capitalismo..
O socialismo é uma alternativa possível!
Se somos nós que geramos riqueza, produzimos bens e construímos o futuro, por que, mesmo com o avanço da tecnologia, ficamos cada vez mais pobres? A resposta é clara: vivemos no sistema capitalista, onde fábricas, terras, bancos e toda a produção de riqueza é privada e controlada pelas mãos de uma minoria de exploradores, preocupados apenas com os próprios lucros. É assim que surgem uns poucos bilionários e uma massa de trabalhadores com empregos precários, jornadas exaustivas como a escala 6×1, baixos salários e condições de trabalho degradantes.
O Socialismo é o contrário disso. A riqueza é produzida de acordo com as necessidades de toda humanidade. A tecnologia estará sob controle dos trabalhadores e o trabalho será repartido entre todos com idade e saúde para trabalhar. Os campos devem produzir alimentos para todo o povo, e não apenas para o lucro ou para a exportação de carne, enquanto parte significativa da população mal tem acesso a proteína animal.
As fábricas devem produzir segundo as necessidades da sociedade, garantindo a produção de bens essenciais. Projetos de metrô, por exemplo, não podem levar 10 anos para serem concluídos, enquanto milhões de pessoas enfrentam transportes superlotados diariamente. Saúde e educação não devem ser vistas como negócios lucrativos, mas sim como direitos fundamentais para melhorar as condições de vida de toda a população.
Para começar a transformação dessa realidade, no momento, é necessário que os trabalhadores controlem as 200 maiores empresas do Brasil, ou seja, expropriar dos expropriadores e colocar a produção e a infraestrutura sob o comando da classe trabalhadora. A riqueza gerada deve servir a quem trabalha e luta diariamente para colocar comida na mesa.
No entanto, essa mudança só será possível com com os trabalhadores/trabalhadoras organizados coletivamente. Por isso, é tão importante a construção de uma alternativa socialista: com um Estado e um governo controlado pelos trabalhadores, que decidam sobre tudo — seja em assembleias, reuniões ou conselhos populares — o melhor para a sua classe social.
Precisamos de um programa de independência de classe: o verdadeiro “nós por nós”. A classe trabalhadora organizada por e para a classe trabalhadora, sem servir aos interesses dos ricos e bilionários, como faz a atual política do governo Lula-Alckmin.

Atividade com Gustavo Machado reuniu mais de 100 pessoas presencialmente e 50, on-line
Um novo mundo é possível!
No socialismo não há desemprego. Todo ser humano capaz de trabalhar é incorporado à produção por meio da redução da jornada de trabalho. O atual nível tecnológico permite que se trabalhe menos e se produza muito mais. Porém, no capitalismo, isso tem significado o contrário. Reduzir a jornada permite que o trabalhador possa dedicar mais tempo à família, à cultura e à participação política.
Como disse Gustavo Machado:
‘Hoje, mais ainda do que no passado, é necessário ser socialista. A realidade atual exige uma revolução completa na forma de sociedade. Mas, não adianta dar murro em ponta de faca. O verdadeiro socialismo do século 21 é aquele que se apoia na única elaboração que sobreviveu a todo esse vai e vem, esse frenesi.
É necessário organizar a classe trabalhadora de forma independente, não para eleger esse ou aquele governo de plantão, supostamente socialista, mas para que trabalhadores e trabalhadoras sejam sujeitos do processo.
São eles e elas que devem se organizar e tomar o poder de modo a constituir, de forma independente e democraticamente, o seu próprio Estado, destruindo o anterior, com o objetivo de reconfigurar a sociedade sob novas bases. Que devem colocar a tecnologia ou todo o desenvolvimento acumulado por milênios pela humanidade a serviço de seus próprios interesses e necessidades, de modo planejado, consciente, democrático e racional.
Diante de toda experiência histórica, hoje, esse é o único socialismo pelo qual vale a pena lutar. Ou melhor, pelo qual é necessário lutar.