A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, está entre os seis obstinados líderes ambientais agraciados nesta terça-feira (10) com o Prêmio Campeões da Terra 2024, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A premiação é o mais alto reconhecimento ambiental da ONU e celebra pessoas e organizações que promovem ações transformadoras em prol do meio ambiente.
“Estou muito feliz e honrada por receber o Prêmio Campeões da Terra, a maior honraria ambiental da ONU, neste Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esse reconhecimento reforça ainda mais a responsabilidade e o compromisso de seguir defendendo e conscientizando as pessoas sobre a urgência de protegermos a biodiversidade do nosso planeta”, disse a ministra em discurso de agradecimento.
Desde 2005, o PNUMA homenageia iniciativas inovadoras focadas em soluções sustentáveis, combate à desertificação e aumento da resiliência à seca. Nesta edição de 2024, Sonia Guajajara foi escolhida por seu papel fundamental na defesa dos direitos indígenas e na conservação ambiental, especialmente em meio aos desafios sociais, políticos e climáticos.
Em seu discurso, a ministra enfatizou a ligação entre a crise ambiental e os problemas sociais, como a desigualdade de acesso a direitos e a exploração predatória de recursos naturais. “Os riscos e prejuízos dessas crises serão sentidos por todos nós, embora recaiam de forma desigual em algumas camadas sociais”, disse.
Sonia também ressaltou o papel crucial do conhecimento indígena na preservação da natureza. “A sociedade pode aprender muito com o bem viver indígena. Nossos modos de vida são baseados no respeito à Mãe Terra e a todos os seres que partilham esse tempo e espaço conosco, na prevalência dos interesses coletivos em relação aos interesses individuais, no cuidado e na vivência em comunidade”, enfatizou Guajajara.
Natural do Maranhão, do povo Guajajara-Tentehar, Sonia tem uma longa trajetória na luta pelos direitos dos povos originários. Antes de ser a primeira ministra dos Povos Indígenas do Brasil, ela liderou organizações como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Seu ativismo levou a denunciar, em nível nacional e internacional, os ataques aos direitos indígenas, especialmente durante a campanha “Sangue Indígena Nenhuma Gota a Menos”.
Por suas contribuições, Sonia Guajajara foi reconhecida como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela TIME em 2022 e, em 2023, uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes pela BBC.
A entrega do Prêmio Campeões da Terra à ministra reforça a importância de valorizar o conhecimento ancestral e as práticas sustentáveis dos povos indígenas na luta pela preservação ambiental global.
Veja os demais homenageados aqui.
__
com agências