O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) subiu à tribuna na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (12/6), e foi enfático em seu pronunciamento ao dizer que “anistia para golpistas e para quem tentou assassinar um presidente eleito não pode prosperar”. O parlamentar fez referência ao julgamento do ex-presidente Bolsonaro que aconteceu essa semana no Supremo Tribunal de Federal (STF). Ele avaliou o momento como um dos mais significativos desde a redemocratização, ao ver sentados no banco dos réus os principais articuladores de uma tentativa de golpe contra a democracia brasileira.
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Bolsonaro preso
Na avaliação de Solla, é preciso responsabilizar Bolsonaro por uma conspiração golpista. “Ele produziu inúmeras declarações públicas contra a democracia, contra a lisura das urnas e contra a aceitação da derrota. Chegou a admitir que não levou o plano adiante porque não havia ‘clima’. São palavras dele”, destacou.
O deputado também criticou duramente os depoimentos das principais figuras militares envolvidas que tentaram minimizar a gravidade da trama ao tratar o golpe como “bravatas” ou “conversas de bar”. “Quero saber se o general Heleno ficaria calado se estivesse sob tortura, como faziam na ditadura. É fácil usar o direito ao silêncio na democracia que eles mesmos tentaram destruir”, ironizou.
Relembrar para não reviver
Para o parlamentar, o julgamento de Bolsonaro não é apenas sobre o passado recente, mas um divisor de águas sobre o tipo de país que o Brasil quer construir. “Ou enfrentamos os golpistas e os privilegiados, ou continuaremos à mercê de quem sabota a democracia e nega direitos à maioria da população”.
Jorge Solla faz um resgate na história ao relembrar de golpes contra governos que buscaram distribuir renda e promover justiça social, como os de Getúlio, Jango, Dilma e a prisão política de Lula. Sobre esses fatos, o deputado foi categórico: “Não podemos deixar isso passar em branco mais uma vez. Se tivessem tido oportunidade, a democracia teria sido derrubada”.
Elisa Alexandre