
O sociólogo Rodrigo Luis Veloso usou as redes sociais no último domingo (16) para explicar como o prefeito Eduardo Paes (PSD) “quebrou o bolsonarismo no Rio”, não só derrotando, nas últimas eleições, o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem (PL), e reduzindo drasticamente a bancada evangélica na Câmara de Vereadores, mas também com muitas obras e parcerias para subúrbios e favelas:
Este homem quebrou o Movimento Bolsonarista no Rio de Janeiro. Não só derrotou pelo dobro de votos o candidato do ex-presidente e do atual governador para prefeitura como tirou da Câmara de Vereadores quase toda bancada evangélica. Vejam como ele fez isso.
Diferente das gestões anteriores, quando priorizou respectivamente a Barra da Tijuca e o Centro, e não conseguiu eleger seu sucessor, Eduardo Paes fez um giro em direção ao subúrbio no terceiro mandato, com muitas obras e melhorias onde vive a maioria dos moradores da cidade.

Nascido no Leblon, em uma família rica, Eduardo Paes começou a carreira política como um mauricinho do PSDB, mas especialmente depois da criminalização pela Lava-Jato fez um giro total de imagem e aproximação política com suburbio. Imagem que “colou” graças a uma boa comunicação.
As inaugurações no subúrbio e sua boa comunicação produziram um efeito de onda, no qual se estabeleceu quase como um senso comum que Eduardo Paes melhorou a cidade. Foram entregues vários parques, aliás relativamente baratos, em festas históricas de moradores suburbanos.

Outro ponto fundamental foi que Paes fortaleceu a liderança de aliados em diversos nichos e segmentos. Um dos fenômenos desse tipo em que ele apostou foi a Secretaria de Mulheres Joyce Trindade, que criou uma rede de cursos profissionalizantes para mulheres com ênfase no subúrbio.

E talvez a jogada mais importante tenha sido apostar em subprefeitos(as) jovens e atuantes nas redes sociais para cada bairro da cidade. Os subprefeitos se comunicam em tempo real com associações de moradores e atendem diariamente pequenas solicitações.
Ao empoderar lideranças em nível local, investindo elas de autoridade para responder rapidamente a demandas do dia a dia, Paes esvaziou completamente o poder de políticos e pastores que geralmente se apresentavam como os síndicos dos seus bairros no subúrbio.
Por fim, e não menos importante, Paes se beneficiou muito da atitude ousada de defender claramente uma aliança com Lula. Se fosse olhar apenas para as pesquisas, não teria feito isso em um estado bolsonarista. Mas em troca recebeu verbas federais como nunca.

Em síntese, Paes derrotou bolsonarismo e bancada evangélica com muita obra e parceria para subúrbios e favelas; comunicação popular e espontânea; fortalecimento de lideranças locais e em muitos segmentos; e reposicionamento de imagem como gestor eficiente mas apaixonado pelo povo.
Faltou falar dos resultados. Para eleição na Câmara de Vereadores, Paes bateu recorde de votos e elegeu pelo PSD, o seu partido, 16 dos 51 representantes. Algo que jamais havia ocorrido. Mais de 50% das cadeiras foram renovadas, e foi ele quem tomou quase todas elas.
Diferente das gestões anteriores, quando priorizou respectivamente a Barra da Tijuca e o Centro, e não conseguiu eleger seu sucessor, Eduardo Paes fez um giro em direção ao suburbio no terceiro mandato, com muitas obras e melhorias onde vive a maioria dos moradores da cidade pic.twitter.com/Dfk8C7NXDL
— Rodrigo Luis Veloso (@rodrigoluisvelo) March 16, 2025
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