Sócia do Banco Master e Nelson Tanure é acusada de lavar R$ 46 bilhões do PCC

O controlador da Reag, João Carlos Mansur, ao lado do CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, em registro nas redes sociais. Foto: Reprodução

A Reag Investimentos, uma das gestoras mais conhecidas do mercado, foi alvo da operação da Polícia Federal que apura o uso de fundos para a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo as investigações, a gestora teria movimentado parte dos R$ 46 bilhões identificados pelo esquema, em negócios ligados ao setor de combustíveis e na blindagem de patrimônio de investigados. Com informações do G1.

A Reag mantém sociedade com o Banco Master, de Daniel Vorcaro, e com o empresário Nelson Tanure, parceiros em diversos empreendimentos. Entre eles, estão a compra do Will Bank em 2024 e a aquisição de papéis do grupo GPA no ano passado, em parceria para explorar ativos da rede Pão de Açúcar. Outra empresa de Tanure, a Trustee, também aparece na investigação como instrumento usado para lavar recursos do crime organizado.

O controlador da Reag, João Carlos Mansur, é apontado como figura próxima de Vorcaro. Registros em redes sociais mostram ambos celebrando negócios, enquanto a PF detalha transações conjuntas em companhias como a Blum Participações, adquirida pela Reag em 2023 e capitalizada pelo Master três meses depois, com R$ 480 milhões.

Agentes da Receita Federal durante operação na Reag. Foto: Rubens Cavallari/Folhapress

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já havia investigado operações da Reag e do Master. Em um dos processos, R$ 51 milhões levantados com a emissão de debêntures para financiamentos imobiliários foram desviados para fundos ligados aos controladores, em flagrante conflito de interesse. Embora a CVM tenha aplicado multas, os recursos não foram devolvidos aos investidores.

A área técnica da autarquia chegou a recomendar a responsabilização direta dos envolvidos, mas a decisão foi revertida em 2019 após voto favorável a um acordo que previa apenas multas. O relator do caso, Henrique Machado, tornou-se advogado do Banco Master no ano seguinte.

Após a operação desta semana, a Reag informou em comunicado que colabora com as autoridades e está fornecendo todas as informações solicitadas. O Banco Master afirmou, em nota ” a Reag é uma prestadora de serviços do Banco Master, e tem como atividades a gestão e a administração de fundos. É uma entre outras entidades financeiras que prestam serviços nesta atividade. O Master é apenas um entre centenas de clientes da Reag”.

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