O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conduziu, nesta quarta-feira (8), um evento no Palácio do Planalto para marcar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com discursos firmes em defesa da democracia, a cerimônia foi marcada por apelos do público por “sem anistia” aos envolvidos na tentativa de golpe, além de referências indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após a execução do Hino Nacional, interpretado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, Lula iniciou seu discurso destacando a importância das Forças Armadas.
O petista também agradeceu aos comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Carlos Damasceno (Aeronáutica), presentes no evento por intermédio do ministro da Defesa, José Múcio. “Estamos aqui para construir Forças Armadas que defendam a soberania nacional”, afirmou o presidente, em tom conciliador.
O público, majoritariamente composto por apoiadores de Lula, manteve o coro de “sem anistia”, reiterando a exigência de responsabilização por parte dos envolvidos nos atos de vandalismo que destruíram patrimônio público e artístico há dois anos. “Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram”, garantiu o presidente.
O presidente ainda destacou o simbolismo da devolução de 21 obras de arte restauradas, incluindo o relógio de Balthazar Martinot e o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti. Segundo ele, o gesto simboliza “resiliência e reconstrução”.
O evento também contou com a presença de figuras-chave como o ministro do STF Alexandre de Moraes, ovacionado pelo público ao ser anunciado. Lula brincou sobre o apelido popular do magistrado. “Nunca vi um ministro da Suprema Corte com um apelido como Xandão”, disse, arrancando risadas e aplausos.
Veja a cerimônia na íntegra:
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) e o senador Vital do Rêgo reforçaram o tom de justiça. “Não podemos ser tolerantes com os intolerantes”, afirmou Rosário, criticando qualquer tentativa de leniência com golpistas.
A primeira-dama, Janja da Silva, abriu as cerimônias e apontou que os responsáveis pelos ataques continuam promovendo discursos de ódio. No encerramento, Lula enfatizou: “Estamos aqui para dizer em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre”.
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