Sob cerco internacional, Israel reage com acusações de antissemitismo

O governo de Israel reagiu com agressividade à crescente pressão internacional pelo fim da guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza, que já dura 600 dias e se transformou no episódio mais letal do conflito israelo-palestino em décadas.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e membros de seu gabinete se levantaram contra aliados históricos da Europa e às decisões do Tribunal Penal Internacional (TPI), classificando-as como parte de um movimento global de antissemitismo.

A resposta ocorre após declarações públicas de países como Alemanha, Itália, França, Reino Unido e Canadá, que tradicionalmente evitavam confrontar Israel. Agora, com o número de mortos em Gaza ultrapassando 54 mil, segundo autoridades locais, esses governos passaram a exigir o fim da campanha militar israelense, iniciada em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Netanyahu não poupou palavras ao comentar o posicionamento europeu. Acusou os líderes dessas nações de “encorajarem o Hamas” com suas críticas e afirmou que eles estão “do lado errado da história”.

O primeiro-ministro também passou a vincular diretamente a pressão internacional a um aumento nos incidentes de antissemitismo pelo mundo. “O que estamos vivendo é uma guerra entre civilização e barbárie. As críticas que recebemos alimentam a barbárie”, declarou em pronunciamento recente.

Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, discursou em uma conferência sobre antissemitismo em Jerusalém. Ele afirmou que o “novo antissemitismo” não se apresenta mais com símbolos nazistas, mas com ataques ao Estado de Israel.

Ele se manifesta por meio da demonização, da deslegitimação e dos padrões duplos. Organizações como o Tribunal Penal Internacional, ao emitir mandados contra Netanyahu, e os apelos por embargos de armas, estão, na prática, tentando desarmar Israel diante do terror”, disse Saar.

E foi além: “Remover nossa capacidade de autodefesa só pode ter um significado, permitir um segundo Holocausto”.

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