José Manuel Albares, chanceler da Espanha, em entrevista ao Grupo de Diários da América. Foto: MRE/Espanha

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, afirmou neste domingo (25) que vai colocar em discussão, durante o Grupo de Madrid, a possibilidade de impor sanções a Israel por suas ações militares na Faixa de Gaza.

Segundo ele, o objetivo é pressionar Tel Aviv e contribuir para o fim da situação “insuportável” enfrentada pela população palestina no enclave. “Todas as opções factíveis devem ser contempladas para dar um fim à situação insuportável em Gaza”, declarou, segundo a imprensa local.

Além das sanções econômicas, Albares defendeu de forma contundente a implementação de um embargo europeu à venda de armas a Israel.

A proposta foi colocada na mesa durante o encontro entre delegações europeias e árabes que integram o Grupo de Madrid, reunido na capital espanhola para discutir caminhos concretos para a solução de dois Estados. “A situação em Gaza exige uma resposta à altura da tragédia humanitária em curso”, afirmou.

Durante entrevista ao portal francês France Info, o chanceler espanhol também falou sobre o reconhecimento do Estado palestino como medida prática de proteção à viabilidade da solução de dois Estados. “Hoje, existem quase 150 Estados no mundo que reconhecem o Estado palestino. É uma minoria que ainda não o fez”, destacou. Para ele, esse gesto não pode mais ser adiado. “Acho que, se hoje realmente acreditamos na solução de dois Estados, que está à beira de não ser mais possível em terra, a melhor maneira de protegê-la é reconhecer o Estado palestino.”

Questionado especificamente sobre a posição da França, que ainda não reconheceu formalmente a Palestina, Albares evitou críticas diretas, mas fez uma cobrança diplomática: “Não tenho lições para dar a ninguém sobre sua política externa, mas é importante que os países que defendem a paz ajam com coerência”.

Tanque israelense manobra em Gaza. Foto: Ammar Awad/REUTERS

A proposta espanhola surge num momento de crescente pressão internacional sobre Israel, acusado por diversos governos e organizações de desrespeitar o direito internacional humanitário nas operações militares em Gaza. A ofensiva israelense já deixou milhares de civis mortos e destruído boa parte da infraestrutura do território, elevando a tensão diplomática no Oriente Médio e no cenário global.

O Grupo de Madrid foi relançado para reforçar os esforços pela paz e a retomada de negociações entre Israel e Palestina.

A reunião deste domingo ganha relevância adicional após o convite feito ao Brasil para presidir o grupo de trabalho na ONU dedicado à criação do Estado palestino. Para Albares, a hora é de ação: “Devemos proteger o que ainda resta da solução de dois Estados, antes que se torne completamente inviável.”

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Last Update: 25/05/2025