O governador indicado pelo grupo mercenário HTS, Maher Marwan Idlibi, concedeu uma entrevista à rede norte-americana RPN, considerando “normal” que “Israel” “bombardeie um pouco” o país. O governador disse ser “compreensível” que a ocupação sionista esteja preocupada quando o novo governo sírio assumiu o poder, devido a certas “facções” do movimento golpista.

“Israel pode ter sentido medo no início”, disse Marwan, “então, avançou um pouco, bombardeou um pouco”, comentando os ataques do enclave imperialista contra as instalações militares sírias.

Exibindo uma atitude digna de cachorro, Marwan reforçou que ele e os demais dirigentes mercenários do movimento golpista “não tem medo de Israel” e que “nosso problema não é com Israel”. “Não queremos nos intrometer em nada que ameace a segurança de Israel ou de qualquer outro país”, acrescentou o novo governador, no momento em que o enclave imperialista rouba porções da Síria.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que “Israel está tomando medidas para garantir que a segurança de seus cidadãos seja mantida”, acrescentando ainda:

“Aconselhamos a comunidade internacional a lembrar que o novo poder governamental da Síria tomou grandes partes do país à força. Ele não foi eleito democraticamente. Tem laços históricos de longa data com a Al-Qaeda. Esse é um regime islâmico extremista que simplesmente se mudou de Idlib para Damasco.”

O pesquisador sênior do Centro Moshe Dayan de Estudos do Oriente Médio e da África da Universidade de Telavive, Uzi Rabi, reagiu à entrevista dizendo que “essa é uma boa notícia… muito, muito notável”, sobre os comentários de Marwan.

O novo governador de Damasco demonstra, na prática, ser uma figura totalmente submissa à política do imperialismo, com declarações vergonhosas que permitem caracterizá-lo como um “Abbas da Síria”, como um cão sem qualquer dignidade ou respeito pelo povo sírio.

Marwan se coloca claramente como um peão do imperialismo, deixando que “Israel” continue suas incursões criminosas no território sírio. Ao afirmar que os ataques do país artificial são “normais” e “compreensíveis”, além de dissociar qualquer problema com a ditadura sionista, Marwan demonstra claramente uma indiferença à soberania nacional e apoio tácito à expansão de “Israel”, ao mesmo tempo que se coloca frontalmente contra a defesa dos interesses do povo sírio.

O apoio dado por setores da esquerda ao regime golpista, que enalteceu os mercenários como “rebeldes” e se alinhou à propaganda imperialista, evidencia também o erro colossal dos que comemoraram a queda de Assad. Assim como aconteceu na Ucrânia, onde as forças que derrubaram o governo nacionalista estavam a serviço do imperialismo e não titubearam em usar o povo ucraniano como bucha de canhão da OTAN, os “rebeldes” sírios e seus aliados nunca tiveram a intenção de promover qualquer coisa minimamente positiva para o povo sírio, mas sim de facilitar a ruína do país e, com isso, o enfraquecimento da Resistência contra o sionismo.

A tragédia agora é evidente: o novo regime, composto por grupos mercenários, mostra total indiferença à espoliação e ao estupro da Síria, confirmando que os verdadeiros interesses estavam no avanço da política imperialista e no desmantelamento da nação árabe. O apoio a esse movimento resultou, até aqui, na devastação do país, uma verdadeira catástrofe para a população síria.

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Last Update: 29/12/2024