Combatentes da oposição na Síria rasgam um retrato do presidente Bashar al-Assad no centro de Aleppo

Forças rebeldes anunciaram neste domingo (8) que o presidente sírio Bashar al-Assad deixou a capital Damasco, conforme informações de agências internacionais. De acordo com dois oficiais do Exército citados pela Reuters, Bashar al-Assad deixou Damasco rumo a um destino desconhecido.

Os rebeldes reportaram ter entrado na capital sem encontrar resistência militar. Testemunhas relataram que milhares de pessoas, a pé e em carros, se reuniram na praça principal de Damasco, acenando e gritando “Liberdade”. O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, afirmou que permaneceu em sua casa e estava disposto a apoiar a continuidade do governo, após a fuga de Assad.

“Após 50 anos de opressão sob o governo Baath, e 13 anos de crimes, tirania e deslocamento (forçado)… anunciamos hoje, 12-8-2024, o fim deste período sombrio e o início de uma nova era para a Síria”, disseram os rebeldes.

Ahmed al-Sharaa, líder rebelde sírio, declarou que está proibido se aproximar de instituições públicas, que continuarão sob a supervisão do ex-primeiro-ministro até serem oficialmente entregues. Poucas horas antes, os rebeldes anunciaram o controle total de Homs, após um dia de combates, deixando o regime de 24 anos de Assad à beira do colapso.

Bashar al-Assad, de 59 anos, sucedeu seu pai, Hafez al-Assad, que morreu em 2000 após governar a Síria por três décadas. A família Assad, pertencente à minoria religiosa xiita alauita, está no poder desde o golpe de Estado em 1971. Nascido em Damasco, Bashar estudou medicina, especializando-se em oftalmologia, e cursou uma pós-graduação em Londres.

Ahmad al-Sharaa

Após a morte de seu irmão mais velho, Basil, em um acidente em 1994, Bashar tornou-se o herdeiro do poder. Ele foi declarado presidente em 2000 após um referendo popular, renovando seu mandato em 2007 e sendo reeleito em 2014, durante a guerra civil síria.

A guerra civil na Síria começou em 2011 e, apesar de um período de confrontos intensos, Assad manteve o controle sobre a maior parte do território com o apoio da Rússia, do Irã e do Hezbollah.

Com a Rússia envolvida na guerra com a Ucrânia e o Irã em conflito com Israel, esses aliados parecem relutantes em se envolver profundamente no conflito sírio. O acirramento do conflito pode ter consequências em todo o Oriente Médio, potencialmente criando um vácuo de poder e escalando as guerras que envolvem Israel, Hamas, Hezbollah e Irã.

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Last Update: 08/12/2024