Os rebeldes do grupo jihadista Organização para a Libertação do Levante (HTS) estão avançando em direção à capital da Síria, Damasco, com o objetivo de cercar a cidade e derrubar o regime do ditador Bashar al-Assad. Nesta sexta-feira (6), autoridades do Egito e da Jordânia apelaram para que Assad deixe o país, segundo informações do jornal The Wall Street Journal.
Nos últimos dias, o HTS tem conquistado importantes cidades sírias, reacendendo a guerra civil que já perdura há 13 anos. A movimentação dos rebeldes sugere uma estratégia para isolar Damasco e enfraquecer o regime.
Nesta sexta, líderes do HTS confirmaram que suas tropas alcançaram os arredores da cidade de Homs, a terceira maior da Síria. “Nossas forças libertaram a última vila nos arredores de Homs e agora estão em suas muralhas”, declarou o grupo em uma rede social.
🚨O rápido progresso dos rebeldes sírios: os residentes da cidade de Homs, na Síria, já amanhecendo fuga continua. https://t.co/4GW12AMWIA pic.twitter.com/tcwdpDIFfC
— margoberndpin (@margopinbernard) December 6, 2024
A conquista de Homs é crucial, pois representa um ponto estratégico no caminho para Damasco. Se a cidade cair, os rebeldes estarão a menos de 200 km da capital, colocando o regime de Assad em posição vulnerável. A batalha em Homs é considerada decisiva pelo regime sírio. Caso seja derrotado, Assad pode perder o acesso à costa do país, onde estão localizadas bases militares da Rússia, sua principal aliada.
Simultaneamente, os rebeldes também tomaram a cidade de Daara, ao sul de Damasco, reforçando o cerco à capital. Além disso, combatentes curdos apoiados pelos EUA capturaram Deir el-Zor, um importante reduto do regime no leste do país, segundo a agência Reuters.
Deir el-Zor é a terceira cidade significativa a sair do controle de Assad em apenas uma semana, após as quedas de Aleppo e Hama. Diante da escalada do conflito, autoridades egípcias e jordanianas pediram que Bashar al-Assad deixe o país e forme um governo no exílio. Nos últimos dias, familiares do ditador viajaram para a Rússia e os Emirados Árabes Unidos.
O líder do HTS, Abu Mohammad al-Jolani, reiterou em entrevista ao The New York Times que o objetivo do grupo é “derrubar o regime opressivo de Bashar al-Assad e libertar a Síria”. O grupo fez um último apelo para que forças leais ao governo abandonem suas posições e se juntem à insurgência.
O avanço dos rebeldes e a intensificação do conflito representam mais um capítulo na longa guerra civil síria, que já deixou milhões de deslocados e devastou o país. Com as forças rebeldes cada vez mais próximas da capital, o futuro do regime de Bashar al-Assad permanece incerto.
Tráfego intenso na cidade de Homs. Relatos de que milhares de pessoas (a maioria alauitas) e muitos apoiadores do regime estão evacuando suas casas em direção à costa síria. pic.twitter.com/LsmkDA7Ikg
— O Diplomata (@takeshiikovacs) December 5, 2024
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