A histeria tomou conta de uma minoria de estudantes sionistas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) após ato em solidariedade ao povo palestino no dia 27 de maio. O evento “Nenhum passo atrás: deter o extermínio em Gaza e a intervenção sionista no Brasil!”, organizado pelo Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal) em parceria com o jornal A Nova Democracia (AND) mobilizou militantes e ativistas que denunciaram o genocídio em curso na Faixa de Gaza e defenderam o direito à resistência armada contra a ocupação promovida pelo enclave imperialista no Oriente Médio. Estudantes judeus sionistas, no entanto, manifestaram incômodo com a atividade.

O jornal Gazeta do Povo destacou, em artigo publicado dias depois da manifestação, depoimentos anônimos de estudantes judeus que disseram “sentir medo” de frequentar o campus diante do aumento das manifestações em defesa da Palestina. Segundo um deles, o “objetivo é desumanizar os judeus sionistas”.

A reação dos sionistas não se dirigiu ao massacre de mais de 50 mil palestinos em Gaza, ao bloqueio total da região por terra, mar e ar, nem ao assassinato deliberado e em escala industrial de crianças, mulheres e civis famélicos que tentam desesperadamente buscar alimento. Ao contrário, o que causou indignação aos apoiadores da ditadura sionista foi a realização de um ato político que ousou denunciar que “Israel” promove um genocídio.

Incapazes de enfrentar o debate, os sionistas apelaram para a vitimização, alegando que estão sendo “desumanizados” por manifestações como a que ocorreu na UERJ. Uma acusação que, diante da brutalidade que apoiam, apenas reforça a desumanidade que os caracteriza.

Durante o evento, alguns oradores exaltaram a operação de 7 de outubro, quando a Resistência Palestina conseguiu furar o cerco do país artificial e libertar parte do território ocupado, como é o caso do representante do Partido da Causa Operária (PCO) no ato. Para os sionistas e seus defensores, tal operação foi um “ato terrorista”. Já para os povos oprimidos de todo o mundo, trata-se de um exemplo de luta contra um regime racista e assassino, que não se contenta em ocupar a Palestina, mas deseja erradicar da existência toda uma população.

Do lado de fora do auditório, bancas ofereciam camisetas do Hesbolá, broches da Palestina, de líderes revolucionários e de organizações de resistência como o Hamas e o Ansar Alá. Para a direita sionista, esses produtos seriam “provas” de “apologia do terrorismo”. No entanto, o único terror real é o que se tornou política oficial de “Israel”, os bombardeios contra hospitais, campos de refugiados e escolas em Gaza.

Em primeiro lugar, os sionistas não precisam de ninguém para serem desumanizados — eles próprios se encarregam disso, ao apoiar o horror na Palestina, o assassinato de mais de 15 mil crianças, o bombardeio deliberado de comboios de ajuda humanitária, o ataque sistemático a universidades, mesquitas e mesmo igrejas cristãs em Gaza.

Ao apoiar o genocídio organizado pelo governo de Benjamin Netaniahu, esses supostos estudantes – afinal, o que garante que os depoimentos são verdadeiros e não mera propaganda sionista? – demonstram que não têm mais humanidade que os carrascos nazistas do século XX. Como os soldados de Hitler, que se regojizavam do sofrimento dos alvos do nazismo (sobretudo os eslavos), os soldados israelenses exibem vídeos torturando prisioneiros palestinos, zombam dos cadáveres e ainda publicam imagens destruindo bairros inteiros como se fosse um jogo eletrônico.

Se os nazistas organizaram campos de extermínio para eliminar seus opositores, os sionistas transformaram a Faixa de Gaza em um gueto moderno, onde quase dois milhões de palestinos são condenados à fome, à sede e à morte diária. A destruição sistemática de infraestrutura civil — hospitais, universidades, centros culturais — lembra os pogroms promovidos na Europa Oriental antes da ascensão de Hitler. A política do enclave sionista é de limpeza étnica: assassinar, expulsar ou submeter toda uma população.

Ainda assim, os sionistas têm o cinismo de pretenderem posar de vítimas e despertar sentimentos de piedade nas pessoas. Não bastasse apoiar o genocídio, querem impedir que qualquer pessoa denuncie a política criminosa de “Israel”.

Para isso, recorrem à velha tática da ocupação sionista: transformar toda e qualquer crítica ao sionismo em “antissemitismo”. Assim como os nazistas diziam que qualquer oposição era “bolchevique” ou “judaica”, os sionistas acusam tudo e todos de “antissemitismo”.

Um dos estudantes entrevistados pela Gazeta do Povo declarou que os atos “mentem” sobre a guerra e “remetem a símbolos judaicos”. Não há, porém, qualquer mentira no massacre cujas cenas de horror estão nas redes sociais para o mundo ver.

Em resposta à acusação de “exaltação ao terrorismo”, um dos palestrantes da UERJ foi direto: o Brasil não considera nem o Hamas e nem o Hesbolá como organizações terroristas. Ambos são movimentos de resistência, que enfrentam a ocupação colonial por meio da luta armada — a única possível diante de uma potência nuclear sustentada pelos Estados Unidos. Como lembrou o representante do PCO, negar apoio à Resistência Palestina é uma forma de capitulação diante do imperialismo, independente do pretexto. Afirmar que o Hamas é “homofóbico” ou “machista” não é um argumento político: é uma desculpa para cruzar os braços enquanto um povo inteiro é massacrado.

A operação de 7 de outubro demonstrou que nem mesmo o arsenal bélico de “Israel” é suficiente para garantir o domínio eterno sobre a Palestina. A operação “Dilúvio de Al-Aqsa” desmoralizou a segurança do enclave imperialista e provou que o povo palestino, com sua bravura e seu desejo de libertação, é mais forte do que qualquer cerca eletrificada e também, do que a censura imposta pela máquina de propaganda do imperialismo.

“Do rio ao mar, a Palestina triunfará” — a palavra de ordem entoada nos corredores da UERJ assombra os sionistas porque aponta para a única saída real para o Oriente Médio: a erradicação do Estado nazista de “Israel” e a construção de uma Palestina livre e democrática. Isso não é antissemitismo: é a libertação de um povo. E quem se opõe a isso — seja por covardia, ignorância ou oportunismo — escolhe o lado dos genocidas.

Não há humanidade em apoiar um regime que faz da matança um projeto de governo, assim como não há civilização em quem despreza os mortos palestinos como “efeitos colaterais”. Quem aplaude “Israel” perdeu o direito de se dizer humano.

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Last Update: 05/06/2025