Estudantes judeus da Universidade Livre de Berlim denunciam um suposto aumento do “antissemitismo” no ambiente universitário após a contraofensiva da Resistência Palestina no conflito Israel-Palestina. A União de Estudantes Judeus da Alemanha (JSUD) e o Comitê Judaico Americano (AJC) apoiam a alegação e publicaram um relatório intitulado Sobre a situação do antissemitismo nas universidades alemãs. O documento cita episódios de violência contra estudantes favoráveis a “Israel”, ocupações de prédios universitários e manifestações em que foram feitas declarações contrárias à existência de um Estado israelense no Oriente Médio.

A presidente do JSUD, Hanna Veiler, afirma que há um histórico de violência antissemita causada pela esquerda universitária alemã, mas o único caso concreto apresentado no relatório é o de Lahav Shapira, ocorrido no início do ano passado. O processo aberto nesse episódio tenta responsabilizar a universidade por não reprimir falas contra “Israel”, que, segundo a acusação, teriam motivado a violência contra o estudante. Trata-se, claramente, de uma tentativa de forçar as administrações universitárias a atuarem na repressão contra o movimento pró-Palestina.

No entanto, não foram apresentadas provas de que o movimento estudantil tenha planejado ou executado ataques coordenados contra estudantes judeus. A vinculação de declarações políticas com atos violentos serve para enganar a opinião pública e criminalizar um movimento que se contrapõe ao sionismo. A defesa do fim do Estado de “Israel” – um Estado intervencionista na Palestina e em todo o Oriente Médio – não tem qualquer relação com preconceito religioso, mas sim com a luta pela paz na região e pela autodeterminação do povo árabe no Levante.

É preciso questionar o papel dessas organizações e dessas denúncias. A política pró-imperialista de blindagem ao sionismo e ao massacre promovido pelo Estado israelense contra os palestinos é a verdadeira responsável por qualquer hostilidade que ocorra contra judeus em qualquer parte do mundo. O apoio irrestrito ao sionismo, que adota métodos nazistas contra o povo palestino, é altamente impopular, tanto para a esquerda quanto para amplos setores da população.

O movimento estudantil alemão tem um papel fundamental na luta contra a continuidade do massacre de civis palestinos, e não se pode permitir que seja criminalizado e perseguido apenas por se opor ao sionismo. Relatórios como os citados da JSUD e da AJC visam criar base para uma repressão ainda maior ao movimento, ao propor que ocupações de prédios e manifestações pró-Palestina sejam impedidas e que as administrações universitárias reprimam qualquer discurso classificado como “antissemita”. Sob essa acusação, esconde-se apenas a tentativa de sufocar a legítima defesa do povo árabe e palestino contra as agressões desproporcionais e covardes do Estado nazista de “Israel”.

 

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Last Update: 05/03/2025