A eventual candidatura de Eduardo Bolsonaro (foto/reprodução internet), mesmo morando nos EUA, é juridicamente viável — mas politicamente reveladora. A legislação não exige residência para fins de domicílio eleitoral, e o registro pode ser feito à distância. Mas o quadro vai além da formalidade legal. Um deputado federal, eleito por São Paulo, que atua nos bastidores de Washington para sancionar um ministro do Supremo Tribunal Federal, enquanto cogita disputar o Senado ou até a presidência da República, escancara o grau de distorção institucional em curso. A ausência física é menos grave que a simbólica. Trata-se de um agente público que opta por pressionar seu país via potências estrangeiras. A naturalização do conflito institucional e da judicialização da política — contida nessa “candidatura transnacional” é um sintoma de um país onde as disputas entre Poderes são resolvidas por pressão internacional e tribunais, não por debate público legítimo.

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Last Update: 02/06/2025