No dia 8 de julho, as direções sindicais, nacionalmente, da base da Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) realizaram atos nas agências bancárias do Banco Itaú/Unibanco contra a política dos banqueiros de ataques sistemáticos às condições de vida dos seus trabalhadores.
Os trabalhadores bancários estão comendo o pão que o diabo amassou em consequência da política dos banqueiros em relação aos seus empregos e às já precárias condições de vida.
Essa situação é parte de uma política de conjunto dos banqueiros que visa aumentar a superexploração dos trabalhadores para satisfazer os seus apetites (que não têm fim) pelo lucro a qualquer preço.
No Banco Itaú/Unibanco, a situação não difere da dos demais bancos, quando os trabalhadores vêm sofrendo sistematicamente com as demissões em massa, salários arrochados, assédio moral para o atingimento de metas de venda de produtos bancários, ataques aos planos de saúde, terceirização etc.
Nesse sentido, as direções sindicais dos bancários em todo o País deliberaram organizar, nesse dia 8 de julho, o Dia Nacional de Luta dos Bancários do Itaú para protestar contra “as condições precárias enfrentadas por seus funcionários. O Itaú/Unibanco registrou um lucro líquido de R$11,1 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, esse desempenho financeiro esconde uma realidade de fechamento de agências, demissões e sobrecarga de trabalho.” (bancariosdf, 08.07.2025)
Para o dirigente da Fetec-CUT/CN e também funcionário do Banco Itaú, Washington Henrique, “o lucro bilionário do Itaú tem sido construído à custa do adoecimento e da sobrecarga dos trabalhadores.” Ele ressaltou que o banco registrou uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 23,7% no Brasil, mas os números apresentados pelo movimento sindical mostram uma situação alarmante: 222 agências foram fechadas em 12 meses, o banco perdeu 1,4 milhão de clientes, as agências restantes estão superlotadas e há um aumento significativo de afastamentos por doenças psíquicas devido a metas abusivas e assédio moral. (ibidem)
O lucro dos banqueiros do Itaú contrasta com a política criminosa da direção do banco em relação aos seus funcionários, que tem executado uma política de sistemáticos ataques aos direitos e conquistas da categoria bancária, por meio de demissões em massa — inclusive perseguindo trabalhadores que se encontram afastados por motivo de saúde adquiridos no trabalho, os quais são demitidos logo após o retorno —, fechamento de centenas de agências e departamentos bancários e aumento da contratação de trabalhadores terceirizados.
Enquanto os banqueiros fazem a festa, os salários dos funcionários sequer acompanham a alta da inflação, e cresce a exploração da categoria em todas as agências e demais locais de trabalho. É preciso intensificar a organização e a mobilização dos trabalhadores bancários contra a ofensiva reacionária dos banqueiros.
Além da luta contra o desemprego, o assédio moral e a terceirização, é necessário levantar a palavra de ordem da recomposição imediata das perdas a que a categoria vem sendo submetida sistematicamente: pelo “gatilho salarial” toda vez que a inflação alcançar 3% e pela recomposição de 100% das perdas salariais acumuladas nos últimos anos.
Para isso, é preciso criar Comitês de Luta por essas e outras reivindicações da categoria, que ponham fim à ditadura dos banqueiros contra os bancários e contra todo o povo, com a estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores.