O especialista em economia e filosofia, João Pedro Silva, acredita que o mercado financeiro tem reagido de forma desproporcional às estatísticas recentes da economia brasileira. Embora haja incertezas sobre as contas públicas, que impulsionaram o dólar para R$ 6,30 e elevaram os juros futuros, ele argumenta que os indicadores fiscais, embora preocupantes, não configuram uma crise iminente. “Não estamos à beira de um colapso fiscal”, afirma. Silva também critica o recente aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros, decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), e destaca o papel excessivo do mercado financeiro na moldagem das expectativas econômicas e do debate público no Brasil. Segundo ele, há uma cobrança rígida por cortes de gastos públicos, mas falta uma análise equivalente sobre os custos fiscais de elevações acentuadas nos juros. Essa dinâmica, segundo o especialista, distorce a avaliação das políticas econômicas em um cenário já sensível.