O setor de serviços voltou a avançar em outubro e registrou alta de 0,3% frente a setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este é o nono resultado positivo consecutivo, a sequência mais longa desde 2022, e confirma a posição dos serviços como um dos pilares de sustentação da economia brasileira em 2025.
Com o novo avanço, o volume total de serviços se mantém 20,1% acima do nível pré-pandemia (fev/2020), renovando o recorde da série histórica — movimento que contrasta com a performance moderada da indústria e com a oscilação do comércio, ambos mais sensíveis ao ciclo de juros.
Transportes puxam o crescimento
As cinco atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram expansão em outubro, mas o destaque veio do segmento de transportes, armazenagem e correio, que cresceu 1,0% e acumula três meses consecutivos de alta.
O transporte de passageiros avançou 2,3% no mês, enquanto o transporte de cargas subiu 0,9%, impulsionado pela retomada do fluxo aéreo e pela demanda logística ligada ao varejo e à indústria.
A expansão mostra que, mesmo com sinais de perda de fôlego da economia no segundo semestre, parte relevante das atividades ligadas à mobilidade e circulação de mercadorias permanece aquecida.
Crescimento sustentado no ano
Na comparação com outubro de 2024, o setor apresentou avanço de 2,2%, marcando a 19ª variação positiva consecutiva nessa base anual.
De janeiro a outubro, o acumulado registra alta de 3,7% — desempenho robusto em um ano em que o PIB nacional apontou desaceleração, com crescimento fraco de 0,1% no terceiro trimestre.
Serviços seguem como motor da economia
Os números reforçam a dependência crescente da economia brasileira em relação ao setor de serviços, que responde por mais de 70% do PIB e tem sustentado a atividade em meio à desaceleração geral observada desde o início do ano.
O comportamento do setor também evidencia a importância de segmentos como tecnologia da informação, serviços profissionais, administrativos e turismo, que mantêm tendência de recuperação e expansão.
Para analistas, o ritmo positivo do setor até outubro indica que o último trimestre tende a ser de moderação, mas não altera o fato de que os serviços permanecem como o eixo central da resiliência econômica em 2025.