
Um lembrete aos que estão acompanhando o escândalo provocado por Javier Milei na Argentina, com o anúncio da criação de uma criptomoeda.
O fascista anunciou a moeda no X, na sexta-feira, e logo depois deletou a postagem. Mas o estrago já estava feito.
No dia 23 de janeiro, apareceu essa mensagem na página de Bolsonaro no X:
“Seguindo os passos do Presidente Trump, tenho orgulho de lançar o $BRAZIL – A Moeda do Povo. Isso é mais do que apenas um token; é um movimento pela liberdade, prosperidade e união de todos os brasileiros“.
Carluxo informou logo depois que a conta do pai havia sido hackeada. E essa versão foi assimilada pela grande imprensa. A conta foi recuperada em poucos minutos e a mensagem foi deletada.
Por acaso, no mesmo dia 23 todos os jornais noticiaram a criação por bolsonaristas da “Patriota Coin”.
O Estadão informava que a criptomoeda “foi desenvolvida na rede blockchain da Solana, já possui um valor de mercado de US$ 460 mil, equivalente a R$ 2,7 milhões”.

Ninguém mais falou na moeda e nem quis saber da história da conta invadida e de como Carluxo resolveu o problema. É sempre assim.
Nos jornais argentinos, mesmo os de direita, o clima é de que Milei está numa enrascada, mesmo que tenha deletado a mensagem.
Enquanto aqui os jornais dormem e dão a notícia nos cantinhos. Sempre lembrando que Trump e todos os fascistas têm obsessão por criptomoedas.
No dia 5 de fevereiro, o UOL reproduziu essa nota que Eduardo Bolsonaro publicou no X, exaltando as moedas virtuais:
“As criptomoedas representam liberdade. O dinheiro fica no seu bolso, e não tem como o presidente ou um Banco Central desvalorizarem o suor do seu trabalho”.
Quem, do jornalismo investigativo brasileiro, irá atrás da história da moeda que teria sido anunciada por um hacker na conta de Bolsonaro?
Quem irá recuperar a outra história de que gente da extrema direita esteve ou está envolvida com o lançamento de criptomoedas no Brasil?
Quem irá investigar as relações de Karina Milei e dos gângsteres da criptomoeda argentina com gente da extrema direita brasileira?
Leiam o que está na manchete do jornal La Nación:
“O empresário americano Hayden Mark Davis, da Kelsen Ventures, um dos promotores do $LIBRA, token que registrou alta exponencial de preço após o presidente Javier Milei promovê-lo na X, e que despencou minutos depois, gerando críticas e alertas sobre um possível golpe, gravou hoje um vídeo e o publicou nas redes sociais. Na gravação, ele confirmou que é assessor do presidente Milei, culpou o governo pela queda abrupta da moeda digital por retirar seu apoio ao projeto e garantiu que injetaria liquidez novamente nele imediatamente. A empresa também emitiu uma declaração no mesmo sentido”.
Está provado, segundo os jornais argentinos, que Milei e a irmã Karina vinham tendo contatos há muito tempo com a quadrilha da criptomoeda. E no Brasil? Hayden Davis, Julian Peh e Mauricio Novelli, citados como criadores da moeda argentina, conversavam com quem no Brasil?
Originalmente publicado no blog de Moisés Mendes
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