Por Eduardo Appio, professor de Direito
O exemplo que Cristo nos ensinou recomenda dar a outra face quando somos agredidos, gratuitamente, em nossa vida privada.
Sérgio Moro agrediu a mim e à minha família sem necessidade.
Infelizmente não existe direito de resposta no Instagram e, bem por isso, recorro à imprensa e aos amigos que hoje me prestaram solidariedade.
A agressividade verbal de Sérgio Moro não encontra precedentes na boa tradição do povo paranaense que o elegeu. Em respeito a seus eleitores e aos interesses maiores do estado do Paraná, que ele representa, não farei nenhuma crítica à sua notória incapacidade de ser um Senador de verdade. Se assim fosse, investiria seu tempo e energia em projetos concretos para o Paraná.
A sua atuação, durante estes três anos de mandato no Senado, tem sido, na melhor das hipóteses, tímida.
Depois de destruir, por completo, a indústria nacional, gerando desemprego em massa no setor, conseguiu um bom emprego para si e também ajudou a eleger familiares.
A imunidade parlamentar não foi criada para incentivar difamadores contumazes.
Sérgio Moro será processado criminalmente por meus advogados.
O exemplo cristão de dar a outra face não se aplica ao debate público.
Ao contrário de Sérgio Moro, não sou político. Sou juiz federal e professor. Jamais cogitei deixar a Magistratura e o serviço público onde atuo há 31 anos com absoluta imparcialidade e retidão profissional.
A difamação, especialmente quando baseada em fake news e imagens fraudadas, é sintoma de um novo tempo. Trair amigos e companheiros de luta se converteu em verdadeiro mantra, desde que Sérgio Moro saiu, atirando, do governo Bolsonaro.
O Senador Álvaro Dias seguramente não guarda as melhores lembranças de Russo, apelido pelo qual Sérgio Moro era conhecido em determinados círculos políticos e institucionais.
Constantemente embriagado pelo poder e nem bem recuperado da grande ressaca que significou a Vaza Jato, agora investe na difamação digital, ao invés de trabalhar pelo Paraná.
Os quase 5 bilhões de reais desviados dos cofres públicos da 13ª Vara Federal de Curitiba – no passado geridos por Moro – foram devidamente auditados (a meu pedido) pelo E. CNJ que, na figura de seu então Corregedor-Geral, Ministro Salomão, tanto fez pelo país.
Nos autos da ADPF 568 do Supremo Tribunal Federal, relator, Ministro Alexandre de Moraes, também pende análise judicial sobre o destino que seria dado a estes bilhões oriundos de multas e acordos de leniência com grandes construtoras do país.
Segundo o próprio CNJ (relatório aprovado em 2024), estes bilhões iriam para os Estados Unidos e, boa parte, retornaria a Curitiba para criação de uma fundação privada (fundação Lava Jato).
O CNJ disse que os membros desta organização praticaram um sistema de “cashback”. São fatos, crimes em tese e auditorias que precisam ser apurados, até em respeito aos muitos eleitores de Sérgio Moro, os quais defendem a nobre bandeira contra a corrupção.
Atacar, gratuitamente, minha honra, não apagará o rastro destes 5 bilhões desviados para os Estados Unidos de sua destinação legal (cofres do contribuinte brasileiro).
Estes valores não ajudaram a Petrobras. Muito pelo contrário, desacreditaram a maior empresa do Brasil na época, levando-a a pagar multas estratosféricas para o governo americano.
E os brasileiros, senhor Sérgio Moro? Como ficam? E as centenas de milhares de bons empregos perdidos por conta de sua desastrada atuação como juiz federal na época. O STF corrigiu suas ilegalidades comprovadas pela Vaza Jato.
A sua má conduta como juiz dos processos, diversas vezes já julgada pelo E. STF, levou a dezenas de investigações anuladas.
Este contexto todo (comprovado) demonstra que o senhor Sérgio Moro deixou, desde muito tempo, princípios morais de lado, para se converter em um político profissional e difamador contumaz.
A sua agressão gratuita não passará impune e Vossa Excelência será processado e, seguramente, condenado na área criminal.