Neste domingo (8), o exército de “Israel” sequestrou a tripulação do barco Madleen, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A embarcação, que partiu da Itália no início do mês, integrava a Coalizão Flotilha da Liberdade, que busca furar o bloqueio criminoso imposto contra o povo palestino.
O navio, interceptado por tropas sionistas em alto-mar, transportava doze ativistas de diversas nacionalidades — entre eles o brasileiro Thiago Ávila, a sueca Greta Thunberg e a deputada europeia Rima Hassan — além de mantimentos básicos como alimentos, remédios, fraldas e próteses infantis. Após uma série de ações de guerra psicológica e sobrevoo de drones, o Madleen perdeu sinal por volta das 21h de domingo.
Em nota oficial, o Itamaraty declarou estar acompanhando o caso com atenção e reivindicou a libertação dos tripulantes por parte da entidade sionista, recordando o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais. A chancelaria brasileira ainda destacou que “Israel” deve acabar com o bloqueio criminoso à entrada de ajuda humanitária em Gaza, conforme o que determina o direito internacional. As embaixadas brasileiras na região estariam em alerta para prestar a devida assistência consular.
A posição oficial do governo é correta ao apontar a ilegalidade da ação israelense e ao exigir a libertação imediata da tripulação. No entanto, a gravidade do caso exige mais do que notas diplomáticas: exige uma ação política firme. A entidade sionista atacou uma embarcação em águas internacionais, sequestrou cidadãos brasileiros e de diversos países, e reafirmou sua política de bloqueio genocida contra um povo sitiado. Manter relações diplomáticas com um regime que pratica abertamente crimes de guerra, que desafia o direito internacional e que sequestra cidadãos estrangeiros é colocar a soberania nacional de joelhos diante de um dos maiores carrascos da atualidade.
O presidente Lula tem reconhecido, nas últimas semanas, o caráter genocida da política de “Israel”. Denunciou o massacre em Gaza e desmascarou a chantagem sionista com a acusação de “antissemitismo”. Agora, diante do sequestro do Madleen, o governo deve converter essas palavras em ação concreta. O Brasil não pode ser cúmplice de um regime que assassina crianças e persegue militantes solidários. É preciso romper imediatamente todas as relações com a entidade sionista, expulsar seu embaixador, anular todos os acordos bilaterais e denunciar mundialmente os crimes de guerra e de lesa-humanidade perpetrados por Netaniahu e seu governo de extrema-direita.
Não se trata apenas de solidariedade ao povo palestino — ainda que isso, por si só, já bastasse. Trata-se da defesa da soberania brasileira, da vida de cidadãos brasileiros, da recusa a se submeter ao imperialismo e à barbárie. O sequestro do Madleen é um ataque direto contra todos os que se levantam em defesa dos oprimidos. O governo brasileiro deve mostrar que não é refém de “Israel” — e que, diante do genocídio, não haverá hesitação: o lado do Brasil deve ser o da libertação dos povos.