A discussão sobre o preço dos alimentos tomou conta do debate público, especialmente via redes sociais, após parlamentares bolsonaristas surgirem na sessão de abertura do ano legislativo, na última segunda-feira (3/2), usando um boné com os dizeres “Comida mais barata novamente. Bolsonaro 2026”. A reação do bolsonarismo era tentando diminuir o desgaste sofrido depois que os parlamentares governistas apareceram com um boné azul estampado com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. A estratégia dos deputados e senadores da situação sublinhou a subserviência dos extremistas à agenda do presidente dos EUA, Donald Trump, e os deixou em maus-lençóis.

A ação dos bolsonaristas, contudo, acabou virando o proverbial tiro no próprio pé. Os fatos se encarregaram de escancarar a hipocrisia cínica dos oposicionistas. Bastou olhar para os números de inflação dos alimentos durante o governo anterior, muito superiores à inflação geral do período, e muito mais alta do que a registrada – e enfrentada pelo governo Lula – agora. Ou para a ultrajante “fila do osso”, quando brasileiros e brasileiras tiveram até que contar com doação de restos para poderem se alimentar.

No período, o Brasil retornou ao Mapa da Fome, com aumento exponencial da pobreza e diminuição de acesso aos alimentos, devido à política de desmonte no setor, que acabou, por exemplo, com a política de estoques públicos conduzida pela Conab.

Fatores sazonais, como o aumento do dólar e eventos climáticos extremos (que afetaram safras de várias culturas), elevaram o preço dos alimentos em 2024. Mas o governo Lula tem atuado para garantir que a população continue tendo acesso a alimentos de qualidade e para manter a trajetória de queda da extrema pobreza, padrão que começou quando Lula assumiu o novo mandato, em 2023..

O presidente Lula tem reiterado que o governo trabalha com afinco para garantir alimento mais barato na mesa do brasileiro. Segundo Lula, a inflação está razoavelmente controlada, o emprego e a massa salarial estão crescendo e, agora, é preciso que a cesta básica fique mais acessível e não comprometa o poder aquisitivo do trabalhador.

“Temos consciência de que vamos baixar a inflação, temos consciência de que vamos baixar o custo de vida e de que a cesta básica vai ficar mais acessível ao povo brasileiro, porque é disso que o povo precisa, alimento barato de qualidade na mesa. O governo inteiro está trabalhando com isso”, afirmou.

Em 2024, o grupo de alimentos e bebidas do INPC fechou com alta de 7,60%. A situação, mesmo influenciada por uma série de fatores externos, começou a ser imediatamente enfrentada pelo governo Lula, e já há expectativa de contenção da alta dos preços.

Um boné bolsonarista prometendo “comida barata de novo”, contudo, desrespeita a história recente. No período do governo Bolsonaro, os alimentos subiram, em média, 57%, um percentual bem acima dos 30% da inflação geral do período. No período, os alimentos ficaram distantes do poder aquisitivo de boa parte da população. Isso terminou por elevar para 33 milhões o número de pessoas que tiveram dificuldades para se alimentar. E a administração de então simplesmente foi incapaz de, ou inapetente para, reverter a situação.

Lula anuncia novas medidas para o abastecimento e a produção orgânica de alimentos

Logo nos primeiros anos de governo, Bolsonaro também promoveu o desmonte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ao fechar 27 armazéns e suspender a política de estoque regulador. Assim, o estoque de arroz havia caído para 22 toneladas um ano após o fim da política.

“Entre 2019 e 2022, vimos os preços das comidas dispararem. A inflação alimentar foi de 56,1%, enquanto a agricultura familiar sofreu um golpe duro, com o desmonte da Conab e a falta de apoio ao pequeno produtor. A produção de grãos essenciais, como arroz e feijão, caiu, e o preço subiu”, lembra o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Fatores sazonais provocaram elevação momentânea

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última terça-feira (4/2) que a desvalorização do dólar nos últimos dias e uma safra recorde devem contribuir para diminuir a pressão sobre os preços dos alimentos neste ano.

No Brasil, eventos climáticos extremos — como as enchentes no Rio Grande do Sul, secas severas e incêndios florestais — prejudicaram lavouras, reduziram safras e, com isso, contribuíram para o encarecimento dos alimentos no ano passado.

Em 2024, governo Lula adquiriu mais de 21 mil toneladas de alimentos para combater a fome

Em entrevista concedida à TV Senado, o líder do PT na Casa, Rogério Carvalho (PT-SE), lembrou que a carne, por exemplo, teve queda nos preços ao longo do primeiro ano da gestão Lula. E, apesar do leve aumento registrado em 2024, o valor encontra-se em patamar inferior ao registrado nos anos anteriores.

“Essas variações de preços têm uma sazonalidade natural, com exceção da laranja e do café, que exigem um aumento da área plantada devido ao crescimento da demanda ou a eliminação de pomares afetados por pragas”, destacou o líder do PT no Senado.

“Diante disso, o governo está atento aos produtos que podem ter compensação via regulação de mercado, ou seja, garantindo que a oferta não seja reduzida quando há possibilidade de aumento da produção”, acrescentou Rogério Carvalho durante a entrevista.

Rogério rebate fake news sobre preços dos alimentos e aponta avanços no governo Lula

Governo Lula já retirou (de novo) milhões da extrema pobreza

Os governos do PT foram responsáveis por tirar o Brasil do Mapa Mundial da Fome em 2014, segundo relatório global da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). De 2002 a 2013, durantes os governos Lula e Dilma, a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação caiu 82%.

Em 2022, as ações de desmonte de políticas públicas implementadas pelo governo anterior fez com que o Brasil retornasse ao Mapa da Fome das Nações Unidas. Entre 2019 e 2021, 61 milhões de brasileiros enfrentaram dificuldades para se alimentar; 15 milhões deles passaram fome.

A edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) mostra que a insegurança alimentar severa caiu superlativos 85% no Brasil em 2023. Em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país.

“Quando nós falamos do governo do presidente Lula, estamos falando de um governo que retirou 14 milhões de pessoas da situação de insegurança alimentar severa. De um governo em que a alimentação é pauta prioritária”, reforça o senador Humberto Costa (PT-PE).

“Estamos atentos e agindo para assegurar oferta e tornar a comida ainda mais acessível. Jamais voltaremos à terrível situação do governo Bolsonaro, que jogou as pessoas à fome, à fila do osso e foi responsável por uma alta da inflação de alimentos de quase 60% nos preços. O Brasil pode ficar tranquilo quanto a isso”, conclui o senador.

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Last Update: 05/02/2025