O líder do PT no Senado Federal, senador Rogério Carvalho (PT-SE), concedeu entrevista ao UOL News na tarde desta quarta-feira (30/4) e comentou os principais temas que movimentam o cenário político nacional. Entre os assuntos abordados estiveram a tentativa de abertura de uma CPI para investigar fraudes no INSS, comentou a recente fusão entre PP e União Brasil, além da proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Questionado sobre a possibilidade de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o senador avaliou que o momento exige cautela e responsabilidade institucional. Para ele, a prioridade do Congresso deve estar nas pautas econômicas e estruturais.

“Eu não vejo grande disposição para a instalação de uma CPI neste momento. Nós temos uma agenda econômica importante: votação da isenção do Imposto de Renda, a reforma política, o debate sobre o fim da reeleição… Há uma série de temas prioritários no Congresso”, pontuou.

Carvalho destacou, no entanto, que a mobilização da oposição e a resposta do governo serão determinantes para o avanço ou não da comissão. “A CPI vai depender muito da mobilização aqui e da capacidade do governo de dar uma resposta rápida sobre o caso do INSS. O governo precisa agir logo, para deixar claro que não se trata de algo generalizado e evitar a contaminação da imagem do governo”, afirmou.

Fusão entre PP e União
Na avaliação de Rogério Carvalho, a anunciada fusão entre PP e União Brasil não representa, necessariamente, uma reorganização ideológica. O foco estaria, segundo ele, na manutenção de espaços no Congresso.

“Essa fusão entre os dois partidos parece ter como objetivo principal a sobrevivência regional, garantir densidade eleitoral e manter o número de cadeiras na Câmara. Isso é fundamental para o financiamento e a mobilização dos partidos”, analisou o senador, lembrando que, apesar das diferenças, parlamentares do PP têm colaborado com o governo em pautas relevantes.

“O que eles querem é impunidade para seus líderes”
Ainda durante a entrevista, o líder do PT foi enfático ao criticar a proposta de anistia ampla aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. De acordo com ele, o objetivo dos bolsonaristas não é proteger cidadãos comuns que foram manipulados, mas sim “salvar” as lideranças que articularam o ataque.

“Os bolsonaristas estão usando a imagem de pessoas que foram condenadas para sensibilizar a opinião pública e tentar aprovar uma anistia ampla e irrestrita. Isso deixa claro que o objetivo do bolsonarismo não é proteger a ‘massa’, mas sim salvar a cúpula que organizou a tentativa de golpe”, disparou.

Ele também comentou a proposta alternativa em discussão no Congresso, que prevê penas mais brandas para quem foi usado como massa de manobra e penas mais severas para os mentores do ataque. “Se essa proposta for adiante, acredito que o projeto de anistia perde força, porque evidencia que o que eles realmente querem é impunidade para os líderes, e não justiça para os manipulados”, concluiu.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 30/04/2025