O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou nesta quinta-feira 29 que não pretende recuar dos ataques feitos contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em uma audiência no Senado realizada na última terça-feira 27.
Ao tratar do episódio, o político também reclamou das acusações de machismo e misoginia feitas contra ele e outros senadores após a discussão. Ele já havia, em março deste ano, dito que gostaria de enforcar a ministra. Dessa vez, bradou que Marina não merecia respeito dos parlamentares. A ministra se retirou da sessão após a agressão verbal.
Questionado pelo jornal O Globo se estava arrependido das declarações e se cogitava pedir desculpas para a ministra, o senador respondeu que não. Ele alegou motivações eleitorais e familiares para justificar sua posição.
“Se eu pedir desculpas para a Marina, não entro em casa, minha mulher me bota pra fora. E não me elejo nem vereador”, disse Valério ao jornal.
Mais adiante, passou então a reclamar dos apontamentos feitos contra ele. “Admito que fui sem educação, mas não misógino, nem machista. Quem me conhece pelos corredores do Senado sabe que sou um cavalheiro”, sustentou o político. “O mundo está muito chato com essa cobrança de machismo. Não se pode falar mais nada”, finalizou, então, o tucano.
Valério já é alvo de um pedido de cassação assinado por deputadas de nove partidos diferentes pelo primeiro episódio contra Marina. A nova ofensiva ampliou as cobranças da bancada feminina por ações contra o parlamentar tucano. O presidente Lula (PT), a primeira-dama Janja e outros ministros do governo também saíram em defesa da ativista após os ataques.