A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União realizam nesta quinta-feira 18 mais uma etapa da Operação Sem Desconto, que investiga a fraude em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesta etapa, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) seria um dos alvos. Os responsáveis pela investigação, no entanto, ainda não confirmam oficialmente as identidades dos alvos.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, os agentes fazem buscas em endereços ligados ao parlamentar, depois que assessores e outras pessoas ligadas a ele foram identificadas durante as investigações sobre os descontos indevidos. Além disso, Weverton esteve com o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, o ‘Careca do INSS’, apontado pela PF como figura central do esquema.
À CPMI que investiga as fraudes no INSS, Antunes afirmou ter comparecido a um churrasco na casa do senador. Na ocasião, o ‘Careca’ disse ter tratado da regulação da venda de derivados de cannabis no Brasil.
CartaCapital entrou em contato com o gabinete do pedetista e não obteve retorno até o momento da publicação deste texto. O espaço segue aberto.
Mandados de busca e prisão
A PF e a CGU informaram que cumprem 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Também há 52 mandados de busca e apreensão. Como a operação ainda está em andamento e a decisão é sigilosa, os alvos ainda não foram revelados.
Sabe-se que os agentes estão nas ruas no Maranhão, no Distrito Federal e também nos estados de Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo.
“As ações desta data visam aprofundar as investigações da Operação Sem Desconto e esclarecer a prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, destacou a PF, em nota.
Quem é Weverton Rocha
Senador em primeiro mandato, Weverton Rocha atua na política desde a adolescência, quando se juntou à Juventude do PDT e atuou no movimento estudantil – chegou a ser vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Passou pela prefeitura da capital maranhense, São Luís, como assessor especial entre 2000 e 2006. No governo maranhense, foi Secretário de Esporte e Juventude. Passou, ainda, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em 2009, na gestão do então presidente do PDT, Carlos Lupi.
Em 2010, disputou a primeira eleição, e ficou como suplente de deputado federal. Em 2012, tomou posse de maneira definitiva da cadeira, depois que Edivaldo Holanda deixou a Câmara para assumir a prefeitura de São Luís. Em 2014 foi eleito para novo mandato. Em 2018, foi eleito senador pelo Maranhão, tendo sido o candidato mais votado no estado.
Votou contra o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016 e também se opôs à PEC do Teto de Gastos, já no governo de Michel Temer (MDB). Liderou o bloco da minoria durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Já neste ano, foi escolhido como relator da indicação de Jorge Messias à vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), e tem trabalhado entre os colegas para viabilizar a aprovação do escolhido por Lula.