O senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) apagou das suas redes sociais uma publicação em que exaltava a violência da Polícia Militar de São Paulo. O político, na postagem apagada, dizia que o agente deveria ter jogado um homem negro de um penhasco.
A postagem comentava o episódio recente de abuso policial na capital do estado. Um policial foi flagrado em vídeo arremessando um jovem negro de uma ponte. A queda, de mais de 3 metros, resultou em ferimentos. O agente, após a repercussão do caso, foi afastado e é alvo de investigações e de um pedido de prisão.
Seif, ao comentar o caso, elogiou a atitude criminosa do agente:
“Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco”, diz o parlamentar na mensagem apagada.
O próprio governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, condenaram a atitude. Apesar de serem apontados por especialistas como os principais incentivadores da violência policial, Tarcísio e Derrite alegam que a ação do agente teria sido uma espécie de caso isolado. O cenário recente, porém, indica que a violência tem sido prática comum na corporação paulista.
O bolsonarista, que foi secretário da Pesca no governo de Jair Bolsonaro (PL), não apresentou justificativas para a exclusão da publicação, que ainda ironizava a vítima de abuso policial. “Tomar um banho no córrego é prêmio”, escreveu o senador antes do recuo.
O Ministério dos Direitos Humanos, em nota, cobrou celeridade na apuração contra os envolvidos no caso de violência. Já a Comissão Arns pediu, na quarta-feira, o afastamento de Derrite e solicitou que a Polícia Federal conduza a investigação de abuso policial.