Senado pede ao STF a retirada de julgamento sobre a Lei do Impeachment

O Senado pediu ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira 10, que suspensa os efeitos da decisão do ministro Gilmar Mendes sobre a Lei do Impeachment (1.079/1950) e retire da pauta o julgamento sobre o tema, agendado para começar na próxima sexta-feira 12. A advocacia da Casa Alta solicitou ainda a interrupção de ações que questionam trechos da lei na Corte.

Em 3 de dezembro, Gilmar decidiu que apenas a Procuradoria-Geral da República pode apresentar ao Senado denúncias contra ministros do STF. Além disso, alterou de maioria simples para dois terços o quórum mínimo para recebimento da acusação pelos senadores.

O argumento do Senado é que já está em tramitação, desde 2022, uma proposta que busca alterar a Lei do Impeachment para adaptá-la aos moldes da Constituição Federal de 1988.

A Casa sustenta que a decisão de Gilmar, que vale até o término do julgamento no STF, produz “efeitos reflexos no processo legislativo em andamento, criando zonas de dúvida interpretativa, risco de assimetrias normativas e obstáculos à elaboração técnica do novo diploma legal em fase final de consolidação”.

Em sua decisão, o ministro destacou que o fato de ministros estarem expostos a um regime de responsabilização parcialmente incompatível com a atual Constituição representa “um grave comprometimento da independência judicial”.

O Senado, no entanto, ressaltou que não existem procedimentos de impeachment em curso na Casa e, por isso, “a suspensão temporária da eficácia da decisão não ocasionará dano efetivo ou risco institucional à ordem constitucional”. O documento menciona também que a solicitação tem o objetivo de garantir “o respeito às prerrogativas institucionais do Parlamento e a preservação da segurança jurídica durante a fase de elaboração normativa”.

Após o anúncio de Gilmar, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), publicou uma nota manifestando seu descontentamento. Também argumentou que a mudança só poderia ocorrer por via legislativa e disse que uma alteração judicial desse tipo representa “grave ofensa à separação dos Poderes”.

Artigo Anterior

Câmara veta homeschooling e aprova Plano Nacional de Educação

Próximo Artigo

Metade dos 20 deputados com maior engajamento online não aprova projetos há 3 anos

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!