
O Senado Federal impôs sigilo de 100 anos sobre registros de entrada de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, nas dependências da Casa. O pedido a respeito das informações, realizado pelo Metrópoles, foi feito via Lei de Acesso à Informação no início de julho, mas foi negado com base em dispositivos legais que tratam da proteção de dados pessoais.
Segundo o Senado, “os dados solicitados consistem em informações de caráter pessoal” e estão protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e por decretos que regulamentam o acesso à informação. A resposta contradiz o entendimento da Controladoria-Geral da União (CGU), que defende a divulgação de registros de entrada em órgãos públicos para identificar eventuais conflitos de interesse.
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) já admitiu ter se reunido com o lobista, figura central da chamada “Farra do INSS”. Ao jornal O Globo, Weverton disse ter recebido Careca do INSS em seu gabinete pelo menos três vezes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi procurado, mas não comentou o sigilo imposto.

A Câmara dos Deputados, por outro lado, respondeu e afirmou não haver registro de entrada do lobista desde 1º de janeiro de 2019.
Apesar disso, documentos mostram que o atual número dois do Ministério da Previdência, Adroaldo da Cunha Portal, recebeu o lobista em março de 2023, fora da agenda oficial.
O escândalo envolvendo o INSS foi revelado a partir de dezembro de 2023 e mostrou que entidades arrecadaram R$ 2 bilhões em um ano com descontos indevidos.
A denúncia levou à Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril, que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro Carlos Lupi.
Careca do INSS teve carros de luxo apreendidos e montou uma nova empresa de call center para atuar com crédito consignado. A empresa funcionará no mesmo endereço onde operavam as antigas Truetrust e Callvox.