O Senado já considera a indicação de Luís Galípolo como o próximo presidente do Banco Central (BC) como certa. Atualmente diretor de Política Monetária, Galípolo é visto como o principal candidato para substituir Roberto Campos Neto, cuja gestão termina no final do ano. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), afirmou: “Não vai ter surpresa de última hora em relação ao nome dele. Acho que é o Luís mesmo.”
Cardoso adiantou que a sabatina e a votação da indicação serão feitas sem demora. “Não vou ficar segurando”, afirmou. A CAE é responsável por conduzir a sabatina e votar a indicação, que ainda precisa ser confirmada pelo plenário do Senado. Embora o mercado financeiro espere que a indicação ocorra em agosto, alguns senadores preferem que a decisão seja tomada em setembro, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Declarações e possível perfil de Galípolo
No dia 8 de agosto, uma declaração de Galípolo no Congresso Brasileiro das Cooperativas de Crédito em Belo Horizonte impactou o mercado. Ele afirmou que aumentará os juros se necessário para manter a meta de inflação, uma posição que foi bem recebida e contribuiu para a alta da Bolsa e a queda do dólar e dos juros futuros.
O economista destacou que faz parte do grupo de diretores do BC que vê o balanço de riscos para a inflação como assimétrico, ou seja, com mais fatores apontando para uma alta dos preços. “Ele é assimétrico não só porque temos mais itens de risco para alta da inflação, três [fatores de alta], ante dois de risco de baixa”, explicou.
Aprovação e sabatina
O senador Vanderlan Cardoso acredita que não haverá problemas para a aprovação de Galípolo. “Ele foi sabatinado e já teve a maioria dos senadores na indicação dele para a diretoria. O pessoal gosta muito dele lá”, disse Cardoso. Ele também comentou que Galípolo manteve boa relação com os diretores anteriores e não desentoa com o grupo.
Vale ressaltar que o Palácio do Planalto está atento ao processo e deseja evitar que a indicação fique exposta por muito tempo, o que poderia levar a uma análise mais crítica pela oposição. O líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), reforçou que a sabatina deve ser ágil para evitar especulações.
Além de Galípolo, nomes alternativos como Candido Bracher e Marcelo Kayath foram considerados, mas a expectativa é que Galípolo seja a escolha final.
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