O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira 1º a ambiciosa proposta de reformulação tributária do presidente Donald Trump, batizada por ele de “One Big Beautiful Bill”. A decisão foi tomada após uma maratona legislativa que se estendeu pela madrugada.
Diante do placar empatado com 50 votos a favor e 50 contrários, coube ao vice-presidente J.D. Vance desempatar a votação. Três senadores do partido republicano com a liderança: Thom Tillis (Carolina do Norte), Susan Collins (Maine) e Rand Paul (Kentucky).
Diante do empate de 50 votos a 50, coube ao vice-presidente J.D. Vance dar o voto de minerva. Três senadores republicanos se alinharam à liderança do partido: Thom Tillis (Carolina do Norte), Susan Collins (Maine) e Rand Paul (Kentucky).
Agora, a proposta retorna à Câmara de Representantes. A expectativa é que o texto seja sancionado até quinta-feira 4, data em que se celebra a Independência dos EUA.
O projeto dá continuidade e amplia a política fiscal adotada no primeiro mandato de Trump. A principal meta é tornar permanentes as reduções de impostos sobre rendimentos individuais e heranças, implementadas em 2017 e que correm o risco de expirar automaticamente.
A proposta também incorpora promessas feitas durante a campanha presidencial de 2024. Entre as novidades estão a isenção de impostos sobre gorjetas, pagamento de horas extras e juros de financiamentos voltados à compra de veículos.
Segundo projeções do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), as medidas devem gerar impacto expressivo nas contas públicas. A estimativa é de que o novo pacote adicione 3,3 trilhões de dólares à dívida nacional, atualmente em 36,2 trilhões de dólares (cerca de 197,3 trilhões de reais).
Analistas avaliam que o projeto pode elevar o teto da dívida em 5 trilhões de dólares (27,3 trilhões de reais), adiando o risco de inadimplência e pressionando o sistema financeiro global.
Além da pauta tributária, o projeto destina recursos ao endurecimento das políticas de controle migratório — uma das prioridades da atual gestão. Também propõe a reversão de incentivos à energia renovável adotados pelo antecessor Joe Biden.
A proposta contempla ainda mudanças na elegibilidade para programas de assistência alimentar e de saúde, e amplia investimentos em defesa e segurança nas fronteiras. Essa reconfiguração das prioridades orçamentárias levou o empresário Elon Musk, ex-integrante do governo Trump, a criticar publicamente a iniciativa e iniciar um confronto aberto com o republicano.