Seminário reflete sobre crise climática, ambiental e construção de uma nova sociedade

Foto: Junior Araújo 

Por Gabrielly Preato
Da Página do MST

Na quarta-feira (10), último dia da 16ª Feira Estadual Cícero Guedes da Reforma Agrária Popular, o seminário “Defender a vida e a natureza para a construção de uma nova sociedade” reuniu movimentos sociais, trabalhadores urbanos e rurais, pesquisadores e visitantes da feira para debater os impactos da crise climática, ambiental e política que atravessa o Brasil e o mundo. O evento, realizado no Largo da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, buscou fomentar reflexões sobre a urgência de uma mudança de paradigma social e produtivo.

Atividade contou com a participação de Roberto Oliveira, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Ana Luiza Queiroz, do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS); e Ary Girota, do Sindagua Niterói, que trouxeram análises complementares sobre a relação entre crise ambiental, disputas pelos territórios e direitos sociais na mesa mediada por Eró Silva, dirigente nacional do MST. 

Crise climática, modelos de desenvolvimento e resistência popular

O seminário abordou a interdependência entre crise climática, disputa territorial e conflitos socioambientais. As falas ressaltaram como a crise ambiental é um produto de um modelo de exploração capitalista que atinge de forma desigual as populações do campo, da cidade e as comunidades tradicionais. Os participantes destacaram a necessidade de um projeto de sociedade que valorize a vida, defenda a natureza e priorize o bem comum, colocando a Reforma Agrária Popular como eixo central dessa transformação.

Foto: Junior Araújo 

A crise climática, além de agravar secas, enchentes e eventos extremos, expõe a desigualdade no acesso à água, energia e terras produtivas, reforçando a importância de modelos de organização baseados na agroecologia, na soberania alimentar e na justiça socioambiental.

Agricultura, soberania alimentar e alianças entre campo e cidade

O seminário destacou que a produção de alimentos saudáveis é um pilar para construir uma nova sociedade. Foram enfatizados temas semelhantes aos debatidos em outros momentos da feira, como a necessidade de fortalecer a agroecologia, a agricultura urbana e as alianças entre movimentos sociais, universidades, cozinhas solidárias, quilombos, terreiros e comunidades periféricas.

Apesar da diversidade no foco dos debates, a convergência está clara: agroecologia, soberania alimentar e justiça social são fundamentais para enfrentar a crise climática e alimentar, além de serem ferramentas para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

Crise ambiental e seu impacto nas comunidades

A mesa destacou a vulnerabilidade dos territórios diante de políticas públicas insuficientes e do avanço de modelos econômicos predatórios. Participantes enfatizaram que a defesa da vida está diretamente ligada à proteção dos territórios ameaçados e à preservação dos bens naturais, como água e solo fértil.

Foto: Junior Araújo 

Além disso, houve reflexões sobre a importância de reconhecer os direitos de povos e comunidades tradicionais, valorizando suas formas de organização, memória e modos de vida diante da crise ambiental e das pressões externas.

Ao final do encontro, a mensagem foi clara: a construção de uma nova sociedade passa pela defesa da vida, pelo fortalecimento de modelos produtivos sustentáveis e pela luta coletiva por terra, terra fértil e dignidade social.

O seminário consolidou a 16ª Feira Estadual Cícero Guedes como um espaço essencial de articulação política, reflexão crítica e fortalecimento de relações entre os povos do campo e da cidade.

*Editado por Solange Engelmann

Artigo Anterior

Ex-presidente da Bolívia Luis Arce é preso, diz ex-ministra

Próximo Artigo

Flávio Bolsonaro cita Nikolas Ferreira para possível ministério; deputado minimiza convite

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!