O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, informou que não hesitará em elevar a taxa de juros nos próximos encontros caso considere a ação necessária para manter a inflação dentro da meta. A posição consta na ata da reunião do colegiado que, na última quarta-feira, votou por manter a Selic em 10,5%. A íntegra do documento foi divulgada nesta terça-feira.
Segundo a ata, a decisão da reunião se deu após os integrantes do Copom concluírem que as expectativas de inflação apresentaram desancoragem adicional quando comparadas ao cenário visto na reunião anterior do grupo.
Além disso, o cenário externo se mantém adverso, com incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização monetária nos Estados Unidos.
O Copom diz que optou por manter os juros nas alturas após agentes do mercado perceberem um aumento de gastos públicos, o que impactaria no cumprimento do arcabouço fiscal. O governo federal anunciou recentemente um corte de 15 bilhões de reais nas contas públicas com o objetivo de cumprir a nova regra fiscal.
Por fim, a indicação do Copom é de que não haverá cortes de juros na próxima reunião. Os caminhos apontados são: a manutenção da Selic em 10,5% ou o aumento da taxa.
O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.
A decisão do grupo em manter a taxa no patamar que coloca o Brasil na terceira pior posição de um ranking de juros global foi duramente criticada pelo governo e por representantes do setor produtivo brasileiro.
Leia abaixo a íntegra da ata da reunião do Copom:
ata-copom-31-jul-2024-6-ago-2024.pdf