A busca por estagiários e aprendizes passa por mudanças profundas à medida que o mercado de 2026 reúne cinco gerações ativas e amplia o uso de tecnologia nos processos seletivos.
As empresas precisam conciliar propósito, escuta e interpretação de comportamento para se apresentarem como ambientes capazes de desenvolver jovens talentos.
Estagiários e fit cultural
Segundo Tiago Mavichian, CEO da Companhia de Estágios, comportamentos e valores passam a ter peso maior que técnica na triagem inicial. Ele afirma que atitudes, comunicação e postura ajudam a prever adaptação à cultura da empresa e reduzem a rotatividade. Habilidades como colaboração, resiliência e solução de problemas ganham destaque.
Busca por equilíbrio
Dados da Companhia de Estágios indicam que 96% dos aprendizes entre 14 e 24 anos priorizam equilíbrio entre vida pessoal e profissional e que 87% desejam conquistas materiais. Para esse grupo, coerência entre discurso e prática é decisiva. Ambientes que mantêm rigidez, mesmo quando comunicam flexibilidade, perdem relevância.
Experiência do candidato
Processos longos e impessoais afastam jovens talentos. A geração atual valoriza etapas objetivas, comunicação clara e feedbacks. Empresas que incorporam práticas de employer branding e demonstram sua cultura durante o processo obtêm maior engajamento. Experiências como gamificação, desafios colaborativos ou dinâmicas que estimulem criação conjunta funcionam como diferenciais.
Tecnologia na triagem dos estagiários
Ferramentas de IA ampliam o alcance dos processos e ajudam na triagem de grandes volumes de inscrições. Plataformas preditivas e análise de dados reduzem vieses e organizam etapas iniciais. Ainda assim, a entrevista continua sendo ponto decisivo, porque elementos como motivação e curiosidade exigem leitura humana.
Aprendizado e mobilidade
O interesse por trilhas de desenvolvimento, rotação entre áreas e feedback contínuo cresce entre os jovens. Programas que oferecem mobilidade interna formam profissionais com visão mais ampla da empresa. A ausência de oportunidades reais de aprendizado é citada como uma das causas de desmotivação entre estagiários e trainees.
Cultura corporativa no eixo
Com cinco gerações atuando juntas, a cultura passa a cumprir função integradora. Práticas de comunicação interna, rituais de alinhamento, mentorias e espaços de troca ajudam a reduzir ruídos entre diferentes formas de trabalho. A liderança tem papel central na manutenção desse ambiente, estimulando interações e reforçando propósito.
Para Mavichian, atrair e desenvolver jovens talentos em 2026 exige mais do que conhecimento técnico. Ele afirma que empresas que valorizam relações consistentes, processos transparentes e desenvolvimento contínuo terão melhores condições de despertar engajamento entre estagiários e aprendizes.