O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou nesta sexta-feira (6/12), durante um evento sobre segurança pública no Brasil, que os dados positivos na área em São Paulo estão ligados à hegemonia do Primeiro Comando da Capital (PCC). A fala foi feita na presença dos ministros Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Ricardo Lewandowski, da Justiça.
Durante o evento, o bolsonarista também relativizou os resultados considerados positivos na segurança pública, área sob responsabilidade de Guilherme Derrite, que estava presente na plateia.
O governador afirmou que “o crime organizado está por trás de grande parte da violência no Brasil” e que isso influencia até mesmo as estatísticas favoráveis de São Paulo. Ele explicou que muitos homicídios no país estão relacionados a disputas pelo controle de pontos de tráfico de drogas.
Em São Paulo, destacou o Vale do Paraíba como uma região onde os índices de homicídios são proporcionalmente mais altos, devido ao confronto entre organizações criminosas do Rio de Janeiro e a contenção promovida pelo PCC.
Especialistas apontam que a queda no número de homicídios por 100 mil habitantes ocorre em paralelo ao fortalecimento de facções nas periferias urbanas, que controlam o “mercado da morte” e definem quais assassinatos podem ou não ser realizados. Em contraste, essas regiões eram anteriormente marcadas por ciclos de vingança, conforme analisam estudiosos da violência urbana.
Durante o evento no IDP, na capital paulista, Tarcísio classificou a segurança pública como “uma ferida aberta” tanto na região metropolitana quanto no interior, onde anteriormente o principal problema era a saúde. Ele admitiu desafios na área e reconheceu erros, inclusive em sua postura inicial contrária ao uso de câmeras corporais por policiais. Segundo ele, as palavras têm peso, e é necessário refletir profundamente sobre possíveis falhas na abordagem do tema.
Ao abordar a integração com o governo federal, o governador destacou a falta de compartilhamento de informações, o que dificulta o enfrentamento ao crime organizado, considerado o maior desafio para o país. Ele também reconheceu que estratégias tradicionais, como aumento de efetivo, investimentos em tecnologia e valorização de profissionais, muitas vezes não são suficientes para resolver os problemas de segurança.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que acompanhou o discurso na primeira fila, preferiu não conceder entrevistas após o evento, afirmando estar no IDP apenas como aluno.
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Last Update: 07/12/2024