A secretária particular da prefeita da Cidade do México foi morta a tiros nesta terça-feira 20 na capital mexicana, junto com um assessor do governo local, informaram as autoridades.
Ximena Guzmán e José Muñoz foram atacados por um pistoleiro na Calzada de Tlalpan, uma avenida que liga o centro e o sul da cidade, quando ela pegava o colega em um carro particular em plena hora do rush.
Os dois eram filiados ao partido Morena (esquerda), da presidenta Claudia Sheinbaum.
Clara Brugada, prefeita da capital, com 9,2 milhões de habitantes, informou, por meio de nota, que seus funcionários foram vítimas de uma “agressão direta”.
Ela acrescentou que as autoridades investigam a motivação do crime e revisam imagens das câmeras de segurança para identificar seus autores, que viajavam em uma moto.
Segundo um vídeo dessas câmeras, um homem vestido de branco atira no para-brisa do carro dirigido por Guzmán, que esperava o assessor parada no acostamento da avenida.
Em seguida, o agressor atira em Muñoz, que estava prestes a embarcar no veículo e ficou jogado no chão, e volta a abrir fogo contra a janela da motorista. Depois do crime, o assassino foge correndo.
Em uma breve coletiva de imprensa, Brugada lamentou o ataque e prestou homenagem ao assessor e à secretária, a quem definiu como “uma mulher maravilhosa, incansável”.
As investigações sobre o crime são realizadas pela Secretaria de Segurança Pública e pelo Ministério Público local, que não informaram as idades dos falecidos.
Condenação generalizada
Sheinbaum, que também governou a cidade entre 2018 e 2023, expressou suas condolências e disse que os dois funcionários assassinados trabalhavam em seu movimento político “há muito tempo”.
Brugada, por sua vez, garantiu que seu governo manterá uma “luta implacável contra a insegurança”. A cidade é uma das sedes da Copa do Mundo de futebol de 2026, que será organizada por México, Estados Unidos e Canadá.
Vários funcionários do governo da Cidade do México condenaram o duplo homicídio.
“Não haverá impunidade”, disse Pablo Vázquez Camacho, secretário de Segurança Pública da Prefeitura, pela rede X.
Autoridades dos 16 distritos nos quais a capital se divide também expressaram condolências.
“Somamos esforços em coordenação com todos os níveis de governo para que este fato não fique impune”, assinalaram em um comunicado.
Outros ataques
A Cidade do México costuma ficar alheia à violência do crime que assola outras regiões do país.
Em abril, a capital registrou 78 vítimas de homicídio doloso, muito abaixo das 195 reportadas em Guanajuato, um dos estados mais castigados pelas quadrilhas do narcotráfico, segundo dados oficiais.
O caso de violência mais recente envolvendo um funcionário público da capital ocorreu em julho de 2024, quando o chefe de operações especiais da polícia da Cidade do México, Milton Figueroa, foi assassinado em um subúrbio da capital.
Figueroa foi o braço-direito do secretário de Segurança da cidade, Omar García Harfuch, que agora ocupa o cargo no governo de Sheinbaum após acertar vários golpes nas máfias da capital.
O próprio Harfuch ficou ferido em um ataque a tiros em junho de 2020 em uma área nobre da Cidade do México, do qual participaram cerca de 30 pistoleiros do Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG).
A caminhonete blindada em que Harfuch viajava foi alvo de vários tiros, em um ataque em que morreram dois de seus guarda-costas e um pedestre.