A Secretaria estadual de Justiça e Cidadania abriu um processo administrativo para investigar o caso do áudio racista atribuído à influencer e ex-musa da Gaviões da Fiel, Ana Paula Minerato.
A pasta informou que a investigação será conduzida pela Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN), processo no qual as partes serão chamadas para fornecer esclarecimentos, garantindo o direito de apresentação de defesa.
No áudio que circulou nas redes sociais, Ana Paula Minerato é supostamente a autora de ataques racistas contra a cantora negra Ananda, da banda Melanina Carioca. As declarações teriam acontecido em uma conversa da influencer com o seu namorado.
“Empregada do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro? Não sabia que você gostava de mina com cabelo duro. Você gosta de mina com cabelo duro? Cabelo duro você gosta? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Você gosta de neguinha? Porque isso aí é neguinha, né. Alguém ali o pai ou a mãe veio da África”, diz a voz na gravação.
O procedimento instaurado contra a ex-musa da escola de samba paulista se baseia na lei estadual 14.187/2010, que estabelece penalidades administrativas para a prática de atos de discriminação racial. A legislação prevê a aplicação de advertência e multa de até 1.000 UFESPs (mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo); segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a UFESP de 2024 é de 35,36 reais.
Depois da divulgação do caso, Ana Paula Minerato foi desligada pela Gaviões da Fiel e pela comissão de Carnaval de todas as atividades e representações ligadas à agremiação. Ela estava escalada para ser um dos destaques da escola de samba ao lado da rainha de bateria Sabrina Sato em 2025.
A modelo também foi demitida da Band, onde estava contratada desde 2015 e atuava como titular de um programa diário na rádio Band FM.