A estatal Telecomunicações Brasileiras (Telebras) abriu, em 7 de maio, uma consulta pública com objetivo de aumentar sua oferta de capacidade de satélite no país, em meio ao anúncio que o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), usado pela Defesa nacional e também por outros setores públicos para levar conexão de internet a regiões remotas – especialmente no Norte e Nordeste do país –, chegou ao limite.
Segundo a estatal, braço do Ministério das Comunicações, a busca por informações de fornecedores de infraestrutura e soluções visa avaliar a contratação de capacidade adicional, aluguel ou mesmo a compra de satélites a fim de contornar a situação. “A Telebras, diante dos desafios de atendimento de seu atual satélite nas regiões Norte e Nordeste e objetivando alavancar a conectividade nestas áreas, estuda a contratação de soluções integradas para ampliar sua cobertura satelital”, diz a consulta.
A presente consulta não busca apenas atender à crescente demanda por serviços de internet de alta qualidade nessas regiões, mas também tem o objetivo de promover a inclusão digital e apoiar o desenvolvimento socioeconômico, além de reforçar a segurança das comunicações essenciais para operações e projetos governamentais.
Nesse sentido, foram postas à mesa ao menos três alternativas. A primeira é sobre a contratação de um fornecedor para prover integralmente o serviço de acesso à internet via satélite. “Este arranjo incluiria o fornecimento de equipamentos, como as unidades remotas VSATs, que compreendem a Unidade Interna (IDU) e a Unidade Externa (ODU), bem como todos os acessórios necessários para instalação e operação e os serviços para a instalação destes equipamentos, abrangendo logística, site survey, e a instalação física”, informou a Telebras.
O segundo modelo prevê a contratação de segmento espacial, no qual a “Telebras alugaria capacidade espacial de um fornecedor, o qual forneceria o segmento espacial como infraestrutura”. Neste caso, a estatal “seria responsável pela aquisição e instalação da infraestrutura terrestre de comunicação via satélite, incluindo gateways/hubs e estações remotas”. Por fim, a estatal propõe “a aquisição de um ou mais satélites pela Telebras, com a operação sendo realizada diretamente pela Telebras ou em cooperação com o fornecedor do satélite”.
A Telebras informou ainda que a análise das alternativas se dará por meio de critérios como viabilidade técnica, financeira e operacional. “A decisão sobre eventual processo de contratação, com base nas informações obtidas na RFI [tomada de subsídios], deve alinhar-se com a missão da empresa de fornecer conectividade robusta e segura, maximizando o retorno sobre o investimento e atendendo às expectativas dos clientes de maneira sustentável”.
A companhia também listou outras sete modalidades que podem ser exploradas para atender ao projeto de expansão da capacidade satelital no Norte e Nordeste, como contratações empresariais ou parcerias associativas; acordos de compartilhamento de capacidade de um satélite já em órbita; acesso a satélites internacionais; programas governamentais de incentivo e fomento; desenvolvimento e lançamento de nanossatélites; acordos de Roaming com outros operadores; além de investimentos em tecnologia de banda larga terrestre complementar como redes móveis 4G/5G ou outras.
Sobre o SGDC
Em operação há sete anos, o SGDC foi idealizado para levar acesso à internet a comunidades afastadas dos centros urbanos de todo Brasil, além de favorecer a segurança nacional, já que foi concebido por meio de uma parceria entre o Ministério da Defesa e a Telebras.
Com isso, as Forças Armadas foram autorizadas a utilizar 30% da capacidade do satélite para comunicação interna. Já no final de 2018, o Ministério da Defesa inaugurou o Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P), em Brasília, dentro da Ala 1 da Força Aérea Brasileira (FAB), que ficou responsável pela operação do SGDC no âmbito militar.