São Paulo ganha 1º ponto de apoio para entregadores, criado por movimento social
Espaço pioneiro foi inaugurado antes de qualquer iniciativa da prefeitura e oferece apoio jurídico, psicossocial, refeições coletivas e oficinas
O Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Sem Direitos inaugurou nesta segunda-feira (25) a primeira BASE, um espaço permanente de apoio e solidariedade à economia popular, localizado na Rua Irmã Simpliciana, no coração do centro histórico de São Paulo.
Trata-se do primeiro ponto estruturado para acolher entregadores, motoristas de aplicativo e outras categorias da informalidade, criado por um movimento social, antes mesmo de qualquer iniciativa da prefeitura ou do poder público. O equipamento nasce como resposta à ausência de políticas públicas voltadas a esse setor, oferecendo não apenas acolhimento imediato, mas também estrutura para formação, organização e mobilização social.
A BASE foi projetada para atender trabalhadores informais como ambulantes, catadores, diaristas, costureiras, cozinheiras e outros profissionais que enfrentam diariamente a precarização e a falta de direitos.
O espaço disponibiliza refeições coletivas e marmitas, suporte jurídico especializado para questões trabalhistas e previdenciárias, atendimento psicossocial, além de cursos, oficinas de capacitação e atividades de formação política. Também será ponto de articulação para campanhas de solidariedade e mobilizações em defesa de direitos sociais.
Espaço para os entregadores
O espaço foi viabilizado por meio de um mutirão de revitalização que contou com militantes, apoiadores e os próprios trabalhadores da economia popular. Além disso, será integrado às Cozinhas Solidárias do MTST, que já funcionam em diferentes regiões do país como pontos de resistência contra a fome e o desemprego. Assim, a inauguração da BASE marca o início de uma rede de apoio que combina solidariedade imediata e estratégias de longo prazo para fortalecer quem vive do trabalho nas ruas.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que participou do evento e apoiou a criação do espaço, declarou ao ICL Notícias: “A inauguração deste equipamento é mais uma mostra da capacidade do movimento social organizado de apresentar soluções para as demandas da população. Enquanto a prefeitura de Ricardo Nunes, que tem bilhões em caixa, ignora as demandas dos entregadores e motoristas de aplicativo, o povo está arregaçando as mangas e colocando a mão na massa. Esse é um feito histórico na cidade de São Paulo, e este espaço é apenas o primeiro de muitos que serão construídos pelo movimento em todo o Brasil”.
Com a presença de lideranças populares, representantes de organizações sociais e trabalhadores de diferentes setores, a cerimônia de abertura simbolizou mais do que a entrega de uma sede: foi um ato político de afirmação da economia popular como parte essencial da cidade.
O novo espaço deve se tornar referência para quem busca apoio em meio à precariedade e também um centro de mobilização para disputas políticas em defesa de direitos. Dessa forma, a BASE inaugura uma nova etapa de organização dos trabalhadores informais em São Paulo e abre caminho para que experiências semelhantes se multipliquem em outras capitais brasileiras.
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