A TV Cultura, que completou 55 anos em junho, enfrenta uma crise financeira nos bastidores, marcada por uma disputa entre a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da emissora, e o Governo do Estado de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas.
Segundo o portal NaTelinha, fontes afirmaram que, até a manhã desta sexta-feira, alguns funcionários que atuam como Pessoa Jurídica estavam com seus salários atrasados. Esse atraso estaria relacionado à demora no repasse de verbas do governo estadual para a fundação.
Nos bastidores, o ambiente é descrito como péssimo, com atrasos frequentes nos pagamentos sendo vistos como uma estratégia de pressão para provocar a saída de José Roberto Maluf, presidente da Fundação Padre Anchieta.
Maluf, que está no cargo desde junho de 2019 e foi indicado pelo ex-governador João Doria, tem mandato até 2025. A tensão cresce à medida que o governo estadual busca aumentar sua influência sobre a emissora, o que inclui potencial interferência na linha editorial e na programação da emissora.
Além dos atrasos salariais, há um temor crescente de demissões entre os funcionários. A Fundação Padre Anchieta é governada por um conselho com 47 membros, incluindo representantes do governo estadual, o que aumenta as preocupações sobre possíveis mudanças na gestão da TV Cultura.
No Palácio dos Bandeirantes, a administração de Maluf tem sido alvo de críticas, principalmente pela falta de cobertura das ações do governo e por seu alinhamento com João Doria, rival político dos bolsonaristas.
Apesar do atraso salarial, Maluf é inocentado dos problemas administrativo e elogiado por funcionários e diretores por sua administração artística e apartidária, o que contrasta com as pressões políticas externas que a emissora enfrenta atualmente.