
Por Leonardo Sakamoto
A fuga do Brasil já era uma das opções do ex-presidente Jair Bolsonaro em caso de futura condenação por golpe de Estado muito antes de o governo Lula ter concedido asilo à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia. A Justiça do seu país a condenou e a seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, a 15 anos de prisão por corrupção.
Em entrevista a Jamil Chade, do UOL, o chanceler Mauro Vieira disse que o critério foi humanitário e seguindo as convenções internacionais. Para a discussão sobre o uso do asilo no caso de Bolsonaro, as razões importam pouco, na minha avaliação. Porque o ex-presidente já havia mostrado que se tiver que fugir, vai dar um jeito, não importa como.
E Bolsonaro pode ficar tranquilo, pois o governo brasileiro sob Lula nunca invadiria território protegido por convenções internacionais como fez Daniel Noboa do Equador. Atropelando as convenções internacionais, a polícia equatoriana entrou, em 5 de abril de 2024, na Embaixada do México, em Quito, onde estava refugiado o ex-vice-presidente Jorge Glas, e o prendeu.
O empresário-presidente, eleito e reeleito, que governa à direita, tentou justificar o injustificável dizendo que o asilo concedido a Glas é ilegal uma vez que ele foi condenado a seis anos de prisão por corrupção. Na prática, é como se território soberano de outro país tivesse sido invadido por um governo que se diz amigo. Com isso, o México cortou relações diplomáticas com o Equador e o Brasil condenou veementemente a agressão. Lula, inclusive, declarou solidariedade a Andrés Manuel López Obrador, presidente do México.
Publicado originalmente pelo autor no UOL
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