O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL-SP) avaliou com ceticismo a saída do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para ele, a movimentação não passa de uma manobra “meramente eleitoreira”, enquanto a política de segurança pública no estado permanece intacta.

“Ele vai ser candidato ao Senado Federal, mas está muito desgastado por conta das chacinas, da Operação Escudo, da Operação Verão na Baixada Santista, das mortes no Guarujá e em outras regiões, da polícia jogando gente [Marcelo Amaral] de ponte, da execução do estudante Marco Aurélio na Vila Mariana. Nada mudou”, declarou Gianazzi à TV GGN da última sexta-feira (13).

Para o parlamentar, a saída de Derrite é uma tentativa do governo de “amenizar o discurso” frente ao desgaste causado pela violência policial. 

“Foi um discurso para inglês ver, porque a política continua a mesma: a polícia continua matando, exterminando em várias regiões do estado. É a política da extrema direita que agrada o bolsonarismo, aquela lógica do ‘bandido bom é bandido morto’. Mesmo com a saída do Derrite, vai continuar na mesma toada”, denunciou.

A manobra, segundo Gianazzi, está alinhada à estratégia da extrema direita para ocupar cadeiras no Senado, nas eleições de 2026. “A tática da extrema direita é ocupar o Senado agora para ameaçar o Supremo Tribunal Federal. O Derrite será um dos candidatos da extrema direita ao Senado. A segunda vaga ainda está sendo discutida, pode ser até o Eduardo Bolsonaro, se ele voltar ao Brasil”, afirmou.

Saída negociada para preservar Derrite

Nos bastidores da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a saída de Derrite é vista como parte de uma negociação do governo Tarcísio para preservar o secretário e reduzir seu desgaste político. Derrite deve se afastar do cargo até o início de abril de 2026 para se desincompatibilizar e disputar uma vaga no Congresso Nacional nas eleições de outubro daquele ano.

Embora publicamente o governador afirme estar satisfeito com o trabalho do secretário e defenda sua permanência até o prazo, parlamentares apontam que o governo tenta uma saída controlada para não “jogar Derrite aos leões”.

“Ele não joga o Derrite aos leões, mas tenta uma saída negociada para diminuir o desgaste nessa área e preservar o potencial eleitoral dele, que representa a extrema direita no governo”, avaliou o deputado Donato (PT), líder da federação PT/PCdoB/PV na Alesp, ao Brasil de Fato.

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Last Update: 16/06/2025