Donald Trump, presidente dos EUA, pressiona Harvard para proteger Israel. Foto: Carlos Barria/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua ofensiva contra a Universidade de Harvard ao ameaçar impedir a entrada de estudantes estrangeiros na instituição. A medida, que visa pressionar a instituição a adotar posições alinhadas ao governo, surge como mais um capítulo no embate entre o republicano e o centro acadêmico de prestígio internacional.

Em declarações recentes, Trump acusou Harvard de “alimentar uma latrina de motins extremistas” e representar uma ameaça à segurança nacional. O presidente de extrema-direita exige que a universidade forneça informações detalhadas sobre as atividades de alunos estrangeiros e proíba manifestações pró-Palestina, contra o sionismo, em seu campus, que o governo classifica como antissemitas.

Especialistas explicam que, embora polêmica, a medida não é ilegal. “Trump não pode impor regras de conduta às universidades porque elas possuem autonomia. O que pode fazer é pressionar as universidades robustecendo as regras de concessão de visto para estudantes imigrantes”, afirmou Carolina Piccolotto Galib, professora de Direito Internacional da PUC-Campinas, em entrevista ao Uol.

O advogado Daniel Toledo, especialista em migração internacional, reforçou que a concessão de vistos é uma prerrogativa do governo. “O Departamento de Segurança Interna pode barrar alunos ligados a organizações estudantis que defendem interesses contrários ao do governo”, disse.

Segundo ele, mesmo que Harvard recorra à Justiça, a decisão final sobre a entrada de estrangeiros no país cabe ao governo federal.

Fachada da Universidade de Harvard, nos EUA. Foto: reprodução

Entre as condições impostas por Trump está o fim das políticas de diversidade, equidade e inclusão em Harvard. A universidade, que possui um patrimônio estimado em US$ 50 bilhões e goza de isenção fiscal, já rejeitou as exigências, afirmando que “não vai abrir mão de sua independência e de seus direitos constitucionais”.

Como retaliação, o governo congelou repasses de US$ 2,2 bilhões à instituição e ameaçou revogar seu status de isenção fiscal caso continue “estimulando a doença política, ideológica e inspirada em terroristas”. A Casa Branca também conseguiu impor medidas semelhantes à Universidade de Columbia, em Nova York, que evitou perder US$ 400 milhões em fundos federais ao ceder às pressões.

O embate ocorre em meio a protestos pró-Palestina em campi universitários desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023. Trump, aliado do governo sionista e do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, acusa Harvard e outras instituições de não coibirem supostos casos de antissemitismo.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 19/04/2025