
Uma nova onda de vídeos criados por inteligência artificial (IA) tem chamado atenção nas redes sociais pelo impressionante realismo. Desde situações absurdas, como pessoas na construção das pirâmides do Egito, até cenas cotidianas que parecem totalmente reais, a tecnologia está tornando cada vez mais difícil diferenciar o que é autêntico do que foi gerado por algoritmos.
O fenômeno ganhou força com o lançamento do Google Veo 3, um dos modelos mais avançados para criação de vídeos via IA. A ferramenta permite que usuários produzam conteúdos realistas com poucos comandos, alimentando uma enxurrada de criações que vão do humorístico ao preocupante.
🚤 3- Esse parece um simples vlog… mas é Noé falando direto da arca!
Ele mostra os bastidores da construção, comenta os desafios da viagem, os dias intermináveis de chuva, os animais agitados… e depois comemora: “as águas finalmente baixaram!”
Tudo com ângulos de câmera,… pic.twitter.com/W3ZLOdXh2y
— Henrique Esteter (@Economesteter) June 1, 2025
Como identificar vídeos de IA?
Especialistas apontam que o contexto é o primeiro indício para detectar vídeos gerados por IA. “Os sinais óbvios incluem impossibilidades físicas, como correr na direção errada na esteira, [pessoas com] muitos dedos ou galhos de árvores que são perfeitos demais”, explicou Valentine Goddard, advogada especializada em IA.
Outros detalhes reveladores incluem:
– Movimentos robóticos ou lentos;
– Vozes com entonação artificial;
– Sincronia labial imperfeita;
– Olhares “vazios” ou expressões faciais desconexas;
– Objetos que aparecem e desaparecem sem motivo.
Arca de Noé na visão do macaco pic.twitter.com/3rwFAE9Kwn
— ❌Gordao Ucrania (@Xgordaoucrania) June 3, 2025
Algumas plataformas, como o Sora da OpenAI, incluem marcas d’água para identificar conteúdos sintéticos. No entanto, essas indicações podem ser facilmente removidas, exigindo que os espectadores fiquem ainda mais atentos.
A popularização dessas ferramentas levanta preocupações sobre seu uso malicioso. “O que isso significa para as eleições políticas? O que isso significa para golpes de deepfake?”, questionou Goddard. A possibilidade de criar vídeos falsos de figuras públicas ou cenas inventadas representa um desafio para a desinformação.
Para se proteger, especialistas recomendam:
1. Verificar sempre a fonte do conteúdo
2. Procurar confirmação em veículos jornalísticos confiáveis
3. Usar ferramentas de detecção como AI or Not e Deepware Scanner
4. Fazer busca reversa de imagens no Google
Plataformas como Microsoft Video Authenticator, Originality.AI e GPTZero estão sendo desenvolvidas justamente para ajudar nessa tarefa de distinguir o real do artificial.
As IAs avançaram tanto que já está bombando na internet uma modalidade de vídeo chamada “vlog histórico”
Vejam isto pic.twitter.com/NdKP4cGlW1
— Stuart, o secundário (@stuartdois) June 1, 2025