O que a imprensa está repercutindo é que entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), tiveram maior espaço na gestão Lula do que na gestão Bolsonaro.

Embora tenha sido no governo Bolsonaro que as regras para desconto previdenciários tenham sido afrouxadas, a questão é associada quase exclusivamente ao governo do PT, onde houve iniciativas semelhantes. Entretanto, não é explicado que essas modificações partiram basicamente do legislativo.

A imprensa também estimula uma grande confusão sobre a investigação em si. O procedimento da Controladoria Geral da União (CGU) foi de entrevistar 1.273 aposentados em todos os estados, deste 96% relataram não ter autorizado o desconto.

A CGU também verificou que as 29 entidades conveniadas que realizavam descontos não contavam com estrutura suficiente para atender os seus filiados. Também foi realizada uma análise em descontos no montante de R$ 90 bilhões, onde se verificou que 70% destes não atendiam as conformidades documentais.

Atualmente, estão sendo questionados um montante de R$ 6,5 bilhões de descontos em aposentadorias realizadas por entidades relacionadas ao governo. É o caso da Contag e Sindnapi. A primeira compunha 16 conselhos governamentais e a segunda dois neste governo Lula e respectivamente 9 e 1 no governo Bolsonaro.

Na associação com o governo são desconsiderados pontos básicos, a exemplo da Contag, por sua natureza rural, tem esse acordo de cooperação técnica com o INSS desde 1994. Nada mais natural que uma entidade com representatividade tenha representação nos conselhos dos ministérios afins.

O fundo dessa campanha é somente servir como instrumento de pressão no governo Lula, uma ferramenta de perseguição e desgaste da burguesia contra o governo. 

Por outro lado, nesta terça-feira (6), em encontro realizado em Brasília, o Ministério da Justiça informou ao diplomata norte-americano responsável pelo setor de sanções do Departamento de Estado dos EUA, David Gamble, a discordância com o governo Trump quanto a classificação organizações criminosas brasileiras. Como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas.

Para o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo: “Não consideramos as facções organizações terroristas. Em 1º lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam o lucro através dos mais variados ilícitos”.

O governo Trump avalia classificar as facções brasileiras como grupos terroristas. Essa medida do imperialismo é apoiada pela direita e extrema-direita, alinhada a Bolsonaro, que criticam a ausência de rigor do governo no combate ao “crime organizado”.

A política de combate ao “crime organizado” é sempre uma desculpa para recrudescimento do regime político, imposta pelo imperialismo em suas intervenções. Nada tem a ver com combate a desigualdade que ocasione a criminalidade, ou a criminalização das drogas que aumenta lucros, tornado-o um mercado com extremo controle dos cartéis.

A campanha em torno do INSS é exatamente isso, uma manobra de pressão sobre o governo, para enfraquecê-lo e obrigá-lo a tomar decisões que a burguesia e imperialismo desejam.

Temos uma campanha direcionada, que visa a forçar o governo Lula a tomar mais decisões contrárias à população brasileira. É um embate político no qual infelizmente o PT não tem sido exitoso, ao contrário, tem sido obrigado a tomar posições impopulares, abandonando a mobilização popular para a solução dos problemas.

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Last Update: 11/05/2025