Em reunião com as entidades, nesta segunda (4), a direção da Sabesp anunciou um novo Programa de Desligamento Voluntário Dirigido (PDVD), voltado para trabalhadores e trabalhadoras das áreas de Jurídico, Almoxarifado, Tecnologia da Informação e Atendimento ao Cliente (150h). 

A proposta, segundo a empresa, segue os moldes anteriores, com critérios rígidos de elegibilidade, limites financeiros e sem qualquer garantia de reposição de pessoal.

Para o Sintaema, esse novo PDV apresentado é mais uma ação que obedece a lógica privatista e que joga fora a memória viva da Sabesp construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que, durante décadas, entregaram o saneamento ao povo de São Paulo.

A empresa aplica uma proposta que não só favorece a terceirização — como também não apresenta nenhum plano de recomposição de quadros diretos ou de valorização da estrutura própria.

Na oportunidade, a direção do Sindicato frisou que a inclusão dos trabalhadores do Almoxarifado, por exemplo, é uma demonstração absurda de desprezo por quem conhece como ninguém a engrenagem operacional da companhia. Em vez de realocá-los em outras áreas, a Sabesp empurra esses profissionais para fora, abrindo espaço para a terceirização e precarização de uma setor tático para a empresa e o serviço, essencial para a população.

Pior ainda é o clima imposto: o chamado “voluntário” vem acompanhado da velha chantagem institucional — “ou vocês aderem agora, ou a empresa dá um jeito depois”. Isso não é liberdade de escolha, é coação.

O Sintaema denuncia esse movimento como parte de uma política de desmonte e alerta a categoria: o PDVD pode parecer uma saída individual, mas é, na prática, mais um passo no projeto de retirada de direitos, esvaziamento da Sabesp e reposicionamento do saneamento ao sabor dos ditames da Faria Lima.

A direção do Sintaema destaca que estará ao lado da categoria e orienta: “Não tome nenhuma decisão isoladamente. Procure o sindicato. Vamos enfrentar mais essa ofensiva juntos, com coragem e unidade”.

O Sintaema reitera que sempre defendeu que os trabalhadores e trabalhadoras tenham o direito de sair da empresa em condições dignas e vantajosas, quando essa for sua vontade. Mas isso precisa ser feito com responsabilidade e compromisso com o futuro da Sabesp. Um verdadeiro programa de desligamento deveria estar vinculado a um plano claro de reposição de quadros, garantindo a continuidade e a qualidade dos serviços. Além disso, não pode ser direcionado de forma seletiva e excludente, como está sendo feito, atingindo justamente áreas estratégicas e operacionais — e alimentando ainda mais a terceirização.

O Sintaema está na luta em defesa de quem construiu a Sabesp, em defesa do emprego, dos direitos e do saneamento público de qualidade para a população de São Paulo.

Confira o comunicado da empresa:

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Last Update: 04/08/2025