A Sabesp despejou esgoto sem tratamento diretamente no Rio Tietê, cometendo um crime ambiental com a cumplicidade do governador Tarcísio de Freitas. A denúncia foi feita pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que determinou um prazo para que a empresa apresente alternativas ao despejo irregular.
Imagens exibidas pelo telejornal SP1, da TV Globo, nesta sexta-feira (27), mostram o lançamento contínuo de um líquido escuro com forte odor em plena Marginal Tietê, entre as pistas local e central, no sentido da Rodovia Castelo Branco. O material saía de tubulações ligadas a bombas de grande porte.
A Sabesp tentou justificar a ação como uma medida emergencial para esvaziar a rede em um trecho que está em obras desde o aparecimento de uma cratera em abril. O mesmo buraco voltou a se abrir em maio e levou à nova interdição da via pela CET. Segundo a companhia, os serviços ainda não foram concluídos e o despejo foi encerrado neste sábado (28). A Cetesb, porém, anunciou que vai intensificar as inspeções na área para localizar outros pontos de lançamento ilegal.
“Estamos falando de 216 milhões de litros de esgoto por dia, o equivalente a 86 piscinas olímpicas despejadas diariamente no Tietê”, afirmou o engenheiro Amauri Pollachi, que atuou por três décadas na Sabesp. Ele ressaltou que seria possível instalar uma tubulação paralela, eliminando o trecho comprometido. “É revoltante ver uma poluição dessa proporção no nosso principal rio por puro descaso”, criticou.
Uma reunião técnica foi convocada pela Cetesb para a próxima segunda-feira (30), com a presença da Subsecretaria de Recursos Hídricos e Saneamento Básico da Semil e da própria Sabesp, a fim de cobrar respostas imediatas para o crime cometido contra o Tietê.
