A direção do Sintaema se reuniu com a Sabesp nesta terça (15) para cobrar respostas sobre graves denúncias relacionadas à jornada de trabalho nas Estação de Tratamento de Água (ETA), dos sistemas isolados, e sobre a seguraça da operação volante.

Durante a reunião, a empresa confirmou que não garantirá a substituição dos trabalhadores durante os horários de almoço e janta, o que significa, na prática, que as estações (ETAs), especialmente nos sistemas isolados, seguirão sem cobertura nesse período.

“Para a Sabesp privatizada, não há problema em deixar o sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário operando às cegas — mesmo diante de riscos iminentes como queda no sistema ou erro na dosagem de produtos químicos. Um erro desses pode causar prejuízos irreversíveis à saúde pública e ao meio ambiente. E o que a empresa faz? Nada. E pior: o Superintendente da área mandou avisar que assume a responsabilidade por qualquer acidente. Como se isso pudesse, por mágica, apagar um desastre ou eximir a empresa de sua negligência criminosa”, denuncia a direção do Sintaema.

Para o Sindicato, esse tipo de conduta é fruto direto da ideologia de mercado que se impôs com a privatização da Sabesp, em que o único objetivo é cortar custos e maximizar lucros para acionistas, pouco importando os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras ou a segurança da população. “Estamos diante de uma lógica perversa, em que a vida vale menos que uma planilha de Excel da nova gestão da Sabesp”, alerta a direção.

O Sintaema exigiu da empresa um documento oficial que comprove essa decisão absurda, para que nenhum trabalhador ou trabalahdora seja responsabilizado por qualquer acidente que ocorra devido a essa negligência. “Se a direção da Sabesp quer brincar de roleta-russa com o saneamento de São Paulo, que pelo menos tenha a coragem de assumir isso por escrito”, avisa o Sindicato.

Escala Marshall e espaços confinados: um escândalo anunciado

A irresponsabilidade não para por aí. O Sintaema também cobrou explicações sobre os trabalhadores da Escala Marshall que atuam como volantes, especialmente em vistorias e cabines primárias em espaços confinados. “Esses locais apresentam riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos, e exigem, por lei, acompanhamento e suporte. Mas, segundo apurou o Sindicato, esses profissionais estão sendo obrigados a atuar sozinhos, em clara violação das normas de segurança e da legislação trabalhista”, denuncia a direção do Sindicato.

O Sintaema avisou a direção da Sabesp que não aceitará que a vida dos trabalhadores seja tratada como peça de reposição em um tabuleiro de lucro. A Sabesp tirou a pele de cordeiro e agora mostra, sem pudor, sua face de capitalista predador que transforma saúde pública e direitos trabalhistas em ativos negociáveis.

Além disso, o Sintaema apurou que as unidades que utilizam a figura do volante não estão fazendo a marcação de ponto corretamente, o que é mais uma prova da gestão incompetente e perigosa da empresa. “Não há controle, não há responsabilidade, só há a ânsia cega de entregar mais dividendos à Faria Lima”, concluiu o Sindicato, após a reunião.

Vai ter luta!

O Sintaema já notificou a empresa e caso nenhuma medida concreta seja tomada, acionará todos os canais legais cabíveis. O Sindicato não permitirá que a vida e a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras sejam colocadas em risco por uma administração que enxuga equipes, sobrecarrega profissionais e normaliza a negligência operacional.

Seguiremos mobilizados, com firmeza e ao lado da categoria. A luta pela defesa dos direitos, contra a mercantilização da água e do saneamento é, acima de tudo, a luta pelo direito à vida com dignidade.

Trabalhador unido, Sindicato forte, direito garantido!

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Last Update: 16/04/2025