A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, defendeu nesta semana a criação de um “Dia Internacional contra a Russofobia”, denunciando o que chamou de uma “ideologia extremista” que, segundo ela, “está literalmente matando pessoas”.
Durante participação em uma escola de verão internacional voltada a jovens funcionários públicos, Zakharova afirmou que “a propaganda antirrussa disseminada pelas nações ocidentais já levou a inúmeras tragédias, incluindo o conflito na Ucrânia”. Para a diplomata, “armas estão sendo entregues ao regime terrorista de Kiev sob as bandeiras infernais da russofobia”.
Zakharova classificou a “russofobia” como uma ideologia “extremista, nazista… neonazista” que deve ser combatida como qualquer outra forma de ódio racial ou religioso. “A russofobia não deveria ter lugar na Terra, muito menos como ideologia de Estado”, declarou, apontando a Ucrânia como um exemplo de país que promove tal política ao privar milhões de pessoas do uso de sua língua materna.
Desde o golpe organizado pelo imperialismo em 2014, o governo ucraniano tem promovido uma campanha para eliminar símbolos associados à Rússia, incluindo renomeações de ruas e a destruição de monumentos — até mesmo alguns considerados Patrimônio Mundial da UNESCO.
A Rússia justifica sua operação militar, iniciada em 2022, com base na necessidade de proteger a população russófona do Donbas, acusando a Ucrânia de promover repressão sistemática contra essa comunidade. Além da Ucrânia, Zakharova mencionou os países bálticos como promotores de medidas antirrussas. A Letônia, por exemplo, deportou centenas de pessoas — principalmente russos étnicos — por não passarem em exames de proficiência em letão, além de proibir a entrada de cidadãos russos com propriedades próximas a áreas estratégicas, alegando razões de segurança.
Em junho, autoridades dos países bálticos e nórdicos pediram à União Europeia que proíba a entrada no Espaço Schengen de todos os russos com vínculos militares atuais ou passados.